Sinais
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
A foto de um pequenino
cuja vida foi roubada pela força das circunstâncias. Famílias impedidas de
entrarem em outros territórios, rechaçadas com
uma truculência exacerbada.
O "trem" que foi autorizado a passar por cima de um corpo.
Um corpo que foi arrastado por uma viatura. O que me assombra nestes fatos?
Sabemos que tudo o que
acontece está de acordo com as leis. Nada escapa aos olhos de Deus e embora nos
pareça cruel pela nossa falta de entendimento, é justo. O que me assombra é a
frieza do ser humano que, entre uma notícia ou outra, se desvia levianamente. Afinal é do outro
lado do mundo. Se a ONU nada faz, que poderíamos nós, simples mortais, fazermos?
Pelo menos uma prece. Não
uma prece mecânica, ensaiada, decorada, fria. Uma prece de um coração aflito
por apenas imaginar-se no lugar do outro.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
A repórter Húngara derrubou um pai com uma criança no colo com uma rasteira. Bateu nele, e numa menina. Foi demitida, mas deveria ser presa. Qual mal estamos fazendo hoje para com os nossos semelhantes? Eu quero prestar, mas vejo atônita que eu não presto.
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