Orelha de Pau
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
A chuvinha deu uma trégua,
as plantas aproveitaram
para dar uma espreguiçada.
Uahhhhh...eu poderia jurar
que ouvi.
Calcei as galochas e
resolvi me esticar também.
O chão forrado de amêndoas
me fez cair de joelhos e
em frente a um tronco meio
apodrecido, observei uma casinha diferente
colorida, toda desenhadinha
de sulcos e bordas rendadas.
Não toquei logo de início por
conta de uma peluda taturana
que por ali passava.
Minha avó dizia que era
casa de duende, que eles ali
se abrigavam por causa das chuvas.
Tentei tocar de novo, mas a taturana
voltou. Fiquei desconfiada, será
que ela era guardiã dos duendes?
Pedi-lhe desculpas e permissão
para apenas apreciar.
A taturana se foi novamente.
Admirada e assustada me
dei conta da minha reles existência
e da grandiosidade da natureza
e suas criaturas que seguem
passo a passo um manual
que a minha cômoda ignorância
insiste em ocultar.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Tudo da natureza começa a acontecer na Primavera, e ela já vem.
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