Literatura de Auto Ajuda
“A Literatura é muito mais sugestão do que descrição. Quanto
maior for a perícia de um escritor de despertar (e mexer com) a imaginação dos
seus leitores, maior será seu potencial de prender sua atenção e torná-lo
cúmplice da sua criação”. Esta é a abertura de recente texto que publiquei em
um dos tantos espaços da internet que freqüento, a propósito dessa tão complexa
e fascinante atividade que tanto me apaixona e que há tempos abracei sem
hesitação. Trata-se de opinião estritamente pessoal, portanto não dogmática,
que sustento exclusivamente por acreditar nela, sem querer impô-la a ninguém.
Caso não acreditasse, não teria problema algum em modificá-la. Isso, desde que
alguém me convencesse que eu estivesse equivocado. Como ninguém me convenceu,
sigo com essa crença.
Um leitor pediu-me, recentemente, opinião a respeito da
chamada “Literatura de Auto Ajuda”. Como em toda atividade, há, também nesse
segmento, os bons escritores, convincentes e inteligentes, com imensa
capacidade de sugestão que nos prendem por completo a atenção, respeitando,
sobretudo, nossa inteligência. Em contrapartida, há os ruins, os confusos, os
que não dominam nem mesmo as regras elementares do idioma. Ditam regras de
conduta sumamente contestáveis, nas quais, não raro, nem acreditam. Escrevem em
estilo pesadão, repleto de incongruências. São dos tais “espanta leitores”, que
se julgam árbitros do comportamento alheio, ágeis em criticar e hiper-morosos
em reconhecer méritos, com idéias ultrapassadas e dogmas caducos. São péssima
propaganda para quem se dedica a esse tipo de literatura.
“Consumo”, até em volume razoável, autores tipificados como
de “Auto Ajuda”, embora me oponha a esse rótulo ou a outro qualquer. Para mim,
existem só dois tipos de Literatura (independentes dos temas que os escritores
abordem): a boa, digna de consumo e de imitação e a ruim, da qual é melhor
colocar distância, por não nos acrescentar coisa alguma. Consumo Auto Ajuda
consciente de que ela não é panacéia para todos os males. Estou consciente que
não existem regras infalíveis e nem fórmulas mágicas de bem viver. A “peneira”
que utilizo para filtrar o útil e proveitoso do supérfluo e até nocivo, é o
senso crítico, escudado no bom senso.
O que considero saudável e útil para minha vida, absorvo com
coração e mente. O que não, descarto, sem precisar alardear o que e de que
autores. Só critico o que me causa discordância caso seja solicitado a emitir
opinião. Caso contrário... Eu seria até incoerente caso “fugisse” da Literatura
de Auto Ajuda. Explico. Sou adepto da
Programação Neurolinguistica e tenho convicção de que nosso cérebro é não
apenas programável, mas a todo o momento programado de fato, para o positivo ou
o negativo, mesmo que á nossa revelia, ou seja, que não tenhamos consciência
disso.
Por isso, procuro abastecê-lo com mensagens positivas, otimistas,
construtivas, que determinarão meu comportamento e meus sentimentos face á vida
em algum momento, que nem sei quando. E, convenhamos, mesmo o escritor de Auto Ajuda
mais inepto, não sai espalhando por aí mensagens negativas, pessimistas e
destrutivas. Esse tipo de literatura, todavia, é cercado, estranhamente, de
inegável preconceito, de enorme má vontade, sobretudo por parte de alguns de
meus colegas jornalistas. Tolice. Será que eles não percebem que, com isso, se
expõem ao ridículo? Parece que não. Há, até, quem não considere livros de auto
ajuda como sendo Literatura. Tenho lido nas redes sociais indiretas irônicas a
esse tipo de assunto, como se, só quem “opina” dessa maneira, ou seja, sem base
em argumentos, fosse onisciente e dono da verdade. Presumo que pelo menos é
como se sentem. Ora, ora, ora...
Volta e meia, vários dos textos que escrevo são classificados
como sendo de Auto Ajuda. Quem os classifica
assim, porém, está equivocado, mesmo que bem intencionado. Não que, se eles
tivessem, mesmo, essa característica eu me sentiria diminuído. Pelo contrário.
Sentir-me-ia sumamente honrado em privar da seletíssima companhia de nomes como
Dale Carnegie, Lair Ribeiro, Roberto Shinyashike, Lauro Trevisan, Joseph
Murphy, Içami Tiba, Augusto Cury e tantos e tantos outros escritores brilhantes
e generosos que se esmeram em nos mostrar o lado positivo e bom da vida e em
nos sugerir caminhos para vivermos melhor. Se alguns textos meus parecem ter
essa característica (e não sou eu que afirmo), entendo que estou no bom
caminho. Que aprendi com a experiência e também com mestres tão brilhantes como
os que citei (e como os milhares que deixei de citar). Só que tenho que ser
realista. E, infelizmente, para meu desgosto, por não ter preparo para tal, não
sou escritor de Auto Ajuda.
Já que o assunto veio à baila, colhi este punhadinho de
pérolas de sabedoria e sensibilidade da obra de Augusto Cury, extraídas do site
“Mensagens com amor” (www.mensagenscomamor.com) algumas das quais partilho com
você, amável leitor, que certamente saberá fazer bom proveito deste show de
sensibilidade e bom senso:
“Construí amigos, enfrentei derrotas,
venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la”.
“Uma pessoa inteligente aprende com os
seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros”.
“Os problemas nunca vão desaparecer,
mesmo na mais bela existência. Problemas existem para serem resolvidos, e não
para perturbar-nos”.
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem
metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam
reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar
seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por omitir!”
“Apesar dos nossos defeitos, precisamos
enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem
pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam
pelos seus sonhos ou desistem deles”.
“Um ladrão rouba um tesouro, mas não
furta a inteligência. Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão. Não
importa se você não tem dinheiro, você é uma pessoa rica, pois possui o maior
de todos os capitais: a sua inteligência. Invista nela. Estude!”
“Os inimigos que não perdoamos dormirão
em nossa cama e perturbarão o nosso sono”.
“Se um dia fecharem-lhe as portas da
vida, pule a janela”.
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Pode-se achar que são mero jogo de palavras, ou não, assim como pode-se tirar proveito, ou não.
ResponderExcluirDestaco: “Os inimigos que não perdoamos dormirão em nossa cama e perturbarão o nosso sono”.
Algumas vezes o inimigo é o próprio pensamento.