Baile de máscaras
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Saio do banho e vou para o quarto, onde as máscaras fazem algazarra.
Adoram discutir, conversar e até brigam.
Lembro-me de cada uma, quando surgiram pela primeira vez. No início as
odiava, mas aos poucos foram mostrando que fazem parte de mim. À medida que fui
crescendo, moldei-as conforme as necessidades.
Desde criança, ouvi dizer que a pessoa mascarada é mau caráter, porém na
prática consegui sobreviver por causa delas. Tornei-me multifacetado e isto me
deixou com habilidade, para me proteger das adversidades.
Atualmente quando ando nas ruas, sinto-me em um antigo teatro grego,
onde os atores atuavam com máscaras.
Depois dos conflitos, bailam no quarto. Quanto a mim, vejo um filme na
tevê, esquecendo-me um pouco de mim.
* Formado em Ciências Sociais, especialização
em Jornalismo cultural e aspirante a escritor
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