sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Baile de máscaras

* Por Eduardo Oliveira Freire

Saio do banho e vou para o quarto, onde as máscaras fazem algazarra. Adoram discutir, conversar e até brigam.

Lembro-me de cada uma, quando surgiram pela primeira vez. No início as odiava, mas aos poucos foram mostrando que fazem parte de mim. À medida que fui crescendo, moldei-as conforme as necessidades.

Desde criança, ouvi dizer que a pessoa mascarada é mau caráter, porém na prática consegui sobreviver por causa delas. Tornei-me multifacetado e isto me deixou com habilidade, para me proteger das adversidades.

Atualmente quando ando nas ruas, sinto-me em um antigo teatro grego, onde os atores atuavam com máscaras.

Depois dos conflitos, bailam no quarto. Quanto a mim, vejo um filme na tevê, esquecendo-me um pouco de mim.


* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor

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