domingo, 29 de dezembro de 2013

Superando os limites

* Por Rodrigo Capella

Confesso que detesto fazer exercícios físicos, mesmo assim sempre joguei futebol e sinuca. O futebol me ajudava a perder alguns quilos; a sinuca era um pretexto para uns goles a mais de cerveja. Mas, de uns tempos pra cá, parei com ambos, simplesmente larguei. Não há um motivo específico. São vários.

A começar pela desmotivação. Nunca foi incentivado a praticar esportes, nunca me interessei por isso. Resultado: tenho três pedras no rim, mais precisamente uma no rim direito e duas no esquerdo, além de mais algumas outras se formando. Quando, elas se mexem é um Deus nos acuda.

Já fui diversas vezes ao hospital para tomar soro, deitar na cadeira, fechar os olhos e simplesmente ver o tempo passar. Por insistência de minha família, também freqüentei alguns médicos, que prontamente me recomendaram mais exercício físico para incentivar o consumo de água e contribuir para a eliminação das pedras. Maldito destino! Eu odeio exercício físico.

Com medo de subir ao andar de cima, segui as orientações e me matriculei em uma academia. Foi uma grande evolução! Mas, não quis saber de aparelhos de musculação, abdominal, yoga, alongamento ou outras atividades que me dão dores e me desestimulam. Recorri à esteira e à bicicleta, que me lembram os tempos de futebol. Corro vários quilômetros ao dia, sem ter pressa, fazendo exercício e olhando o tempo passar.

Não são onze jogadores, não há torcida e a bola foi substituída por um moderno painel de comandos, com botões vermelhos e azuis. É, os tempos são outros, as necessidades são outras, mas a vontade de viver e de aproveitar os momentos como se fossem únicos continua e sempre vai continuar, seja num campo de futebol ou simplesmente em uma bicicleta estática.


(*) Jornalista, escritor e poeta, autor de "Poesia não vende".

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