terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Caro poeta

* Por Alberto Cohen

Você não vê que seus olhos de
devassar sentimentos
saio periscópios voltados para o
mais fundo da alma,
radiografia de coisas que jazem
bem escondidas
debaixo do faz-de-conta
que maquila tantas vidas?

Quantos anos envidados para
amordaçar lembranças.
acorrentar o passado no porão do
sofrer menos
e, de repente, um poema, abrindo
frestas nas portas,
liberta mil pesadelos, revive
paixões já mortas
que tomam conta da casa, pulam
muros, saem na rua
em busca das esperanças que, que
há muito, foram perdidas,

mas sempre estiveram perrto,
vestidas de alegorias,
cartas, olhares, sorrisos,
álbuns de fotografias.

* Poeta e escritor paraense


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