segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Reflexos da visita papal

* Por Roberto Corrêa

As mudanças que muitos esperavam com a visita papal não aconteceram. Aliás, foram surpreendentes as lições da viagem do Papa Francisco ao Brasil. Os pronunciamentos proferidos na sua visita foram de rotina, e praticamente serviram para confirmar o adágio de que as palavras convencem, mas os exemplos arrastam.

As atitudes de Sua Santidade motivaram ensinamentos silenciosos, como o de procurar aproximação com o próximo, especialmente os menos favorecidos, para lhes demonstrar o nosso carinho, inclusive com ajuda material, o respeito às autoridades, leis vigentes, inclusive às normas do Decálogo. Isso implicou dizer que o casamento só pode existir entre pessoas de sexo diferente e que a união gay é pecado e que deve ser objeto de recuperação.

Na viagem de volta, em pleno ar deu entrevistas, esclarecendo plenamente esse assunto e acenando com outros relativos à vida sexual, como a recepção do sacramento da Eucaristia pelos divorciados e as hipóteses de um segundo casamento e eventual anulação do mesmo tudo a ser discutido em reunião episcopal ainda a ser convocada (Sínodo).

Portanto, a tão esperada visita aguardando modificações ou modernização na Igreja não ocorreu, mas os reflexos da presença Papal entre nós deixaram profundos temas para meditação. Como ocorreram simultânea e coincidentemente reivindicações populares, algumas violentas e baderneiras, quer-nos parecer que é de se aguardar mudanças da parte governamental, o que teremos oportunidade de comprovar já nas próximas eleições.

Os administradores se encontram, pois, com as barbas de molho, tanto é que as estatísticas revelaram a queda dos principais candidatos à presidência, inclusive quanto à pretendida reeleição da atual “presidenta” Dilma. Tais reflexos, passados mais de uma semana, de uma forma ou de outra, integram textos de articulistas dos principais jornais e manifestações dos onbdusmans das redes televisivas, cada um puxando a sardinha pro seu lado, segundo o próprio modo de pensar, dificilmente podendo ocorrer a unanimidade.


Terminamos, com a lição, mais sugestiva que Sua Santidade nos deixou naquele pronunciamento da JMJ ,“Botafogo”: bota fé, bota esperança, caridade especialmente para os mais necessitados, bota amor.

* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.


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