Reflexos da visita papal
* Por Roberto Corrêa
As mudanças que muitos esperavam com a visita papal não aconteceram.
Aliás, foram surpreendentes as lições da viagem do Papa Francisco ao Brasil. Os
pronunciamentos proferidos na sua visita foram de rotina, e praticamente
serviram para confirmar o adágio de que as palavras convencem, mas os exemplos
arrastam.
As atitudes de Sua Santidade motivaram ensinamentos silenciosos, como o
de procurar aproximação com o próximo, especialmente os menos favorecidos, para
lhes demonstrar o nosso carinho, inclusive com ajuda material, o respeito às
autoridades, leis vigentes, inclusive às normas do Decálogo. Isso implicou
dizer que o casamento só pode existir entre pessoas de sexo diferente e que a
união gay é pecado e que deve ser objeto de recuperação.
Na viagem de volta, em pleno ar deu entrevistas, esclarecendo plenamente
esse assunto e acenando com outros relativos à vida sexual, como a recepção do
sacramento da Eucaristia pelos divorciados e as hipóteses de um segundo
casamento e eventual anulação do mesmo tudo a ser discutido em reunião
episcopal ainda a ser convocada (Sínodo).
Portanto, a tão esperada visita aguardando modificações ou modernização
na Igreja não ocorreu, mas os reflexos da presença Papal entre nós deixaram
profundos temas para meditação. Como ocorreram simultânea e coincidentemente
reivindicações populares, algumas violentas e baderneiras, quer-nos parecer que
é de se aguardar mudanças da parte governamental, o que teremos oportunidade de
comprovar já nas próximas eleições.
Os administradores se encontram, pois, com as barbas de molho, tanto é
que as estatísticas revelaram a queda dos principais candidatos à presidência,
inclusive quanto à pretendida reeleição da atual “presidenta” Dilma. Tais
reflexos, passados mais de uma semana, de uma forma ou de outra, integram
textos de articulistas dos principais jornais e manifestações dos onbdusmans
das redes televisivas, cada um puxando a sardinha pro seu lado, segundo o
próprio modo de pensar, dificilmente podendo ocorrer a unanimidade.
Terminamos, com a lição, mais sugestiva que Sua Santidade nos deixou
naquele pronunciamento da JMJ ,“Botafogo”: bota fé, bota esperança, caridade
especialmente para os mais necessitados, bota amor.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades,
O Homem Só.
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