segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Por que os trabalhadores ilegais são bem-vindos?

Por Talis Andrade

Por que os Estados Unidos da América do Norte recebem os retirantes das guerras de secessão, os parias dos sistemas de castas, e perdidas tribos perseguidas pelas quatro bestas do Apocalipse? Gente que notadamente os brancos consideram a escória da humanidade e impuros de sangue?

Fácil de explicar. O negro estadunidense recusa realizar os antigos serviços destinados aos escravos. E os estrangeiros, naturais das nações do Sul, são para a América do Norte os novos escravos. Ou melhor continuam sendo os escravos do Império.

Esta necessidade de braços para o trabalho pesado, os serviços considerados desonrosos, faz com se permita a passagem dos estrangeiros. São impedidos de entrar os que praticaram crimes nos países de saída ou suspeitos de pertencerem a organizações criminosas: do terrorismo ao tráfico de drogas, e os doentes, notadamente os aidéticos.

A nação do Grande Irmão possui, principalmente depois da derrubada das duas torres, a mais avançada tecnologia de vigilância. Não passa nem o Homem Invisível. Nem fantasmas para baixarem em sessões espíritas.

Por que milhões de clandestinos conseguem “violar” as barreiras militares? Deixo a resposta para os professores Milton e Rose Friedman: a entrada de imigrados, legais ou clandestinos, cria novas riquezas, e faz subir em valor os trabalhadores americanos na hierarquia dos empregos.

Os irmãos Friedman, que idealizaram a política econômica de Reagan, lamentaram profundamente que o Congresso dos Estados Unidos tenha adotado, em 1987, uma lei interditando o emprego dos trabalhadores “ilegais”.

Os Friedman consideram que vale mais para os Estados Unidos um trabalhador ilegal, pois se está seguro de que veio para trabalhar efetivamente, do que um trabalhador legal que não procura outra coisa senão se aproveitar das ajudas sociais do Estado.

A teoria dos Friedman prevaleceu. Hoje, Tio San está convencido que o Welfare State atrai imigrantes que pretendem se beneficiar do Estado, e sendo assim prefere o ilegal que aceita qualquer emprego e salário, embora isso crie uma rede de traficantes de carne humana, com todas suas mazelas: assassinatos, assédios moral e sexual, uma vida clandestina de milhões de pessoas que são tratadas como subumanos ou animais. Trabalhadores que produzem riquezas e não custam um tostão à previdência social do Tio Sam.

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

Um comentário:

  1. Uma visão bastante dura e que tem grande possibilidade de ser a correta, pois está coberta de lógica.

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