sexta-feira, 19 de março de 2010




Incômodo

* Por Silvana Alves

O dia de hoje foi gratificante. Conheci pessoas, revi pessoas, conheci histórias de vidas. Daquelas que nos emocionam ternamente. Fui a lugares, comi pouco, arranhei o carro, e de quebra o anjinho do estacionamento passou uma cerinha nele, que o deixou como novo. Menos mal.

Acho que fiz muito para um dia de 24 horas, mas tudo ao meu alcance, sem talvez, me esforçar mais do que devia. Claro, que nem tudo pode ser perfeitamente perfeito, seria até uma ilusão se fosse, ainda mais, sendo eu a personagem desse texto. Certas coisas me incomodaram. Uma palavra colocada errada, e um “encontro desencontrado”.

Fico com o nó na garganta, querendo gritar e resolver o que me incomoda, mas o bom senso e a política da boa vizinhança não permitiu que eu tivesse ação. Então, azar o meu! Eu fico irritada quando não consigo resolver uma determinada situação, fico me sentindo inútil. É um incômodo daqueles que parecem que nunca vão me deixar. Não sou passiva, e estou sendo por segurança, de que eu não sei.

Voltando ao incômodo, eu queria mesmo que tudo fosse diferente, não queria o gelo, não queria a situação formal, e, muito menos ter essa angústia aqui dentro. Quero que o incômodo não exista. Quero que seja como antes. Sem essa brutalidade infernal dos sentimentos que rodeiam meus pensamentos.

Para resumir o que estou sentindo, faço das palavras da Martha Medeiros, minhas. "Como é incômodo estar diante de uma pessoa com quem se trocou emoção intensa e depois cruzar com ele na rua e dizer apenas: tudo bem?"

* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.

3 comentários:

  1. Pior ainda é quando passam por nós
    e desviam o olhar.
    Dá uma vontade de gritar!
    Vai ver o sentimento de verdade só
    estava em ti...
    Belo texto.
    Beijos

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  2. Verdade, Silvana, esse tipo de situação incomoda mesmo! Beijos!

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  3. " O tempo que transforma todo amor em quase nada", já dizia Roberto Carlos em 1972. A cada dia que passa o distanciamento vai se tornando maior, até não existir nada, mas nada mesmo. Só que num dos lados pode perseverar uma dor, e nem sempre pequena.

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