sábado, 13 de março de 2010




Esmeril

*Por Márcio Juliboni

Nem a pedagogia das redes,
que compreendem apenas aquilo
que não lhes escapa.
Nem a pedagogia dos grandes montes que,
assentados sobre sua altivez,
tomam tudo como miudezas.
Fui educado pela pedagogia do esmeril.
Pensar é desbastar o mundo
até o tamanho de minha compreensão.
Sou o que reduz as constelações a uma única estrela.
Para tudo que entendo,
tanto mais se perde.

*Jornalista, cobre Economia e Negócios no portal Exame. Trabalhou no serviço de notícias online, “Panorama Setorial”, do jornal Gazeta Mercantil, na Agência Estado e em várias revistas segmentadas. Iniciou a carreira na grande imprensa em 2000.

3 comentários:

  1. Esmerilhar os excessos
    até chegar na essência...
    Belo texto.
    Abraços

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  2. Metáfora preciosa no tempo e no espaço, semelhante a "pedagogia da cinta". Hoje já mais raras, essas maneiras de criar filhos nos transportam para tempos remotos, de mais de 50 anos, embora, vez ou outra, ainda hoje nos deparamos com brucutus inomináveis. Poema belíssimo, cuja gestação e parto deve tê-lo feito passar pelo mesmo tratamento. Parabéns pela criação e pela coragem, caso seja biográfico.

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  3. errata: cujas gestação e parto devem tê-lo feito...

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