Clamando por justiça
* Por
Eduardo Oliveira Freire
- Na última
sexta-feira, um homem foi morto e esquartejado, num terreno baldio no subúrbio
do Rio de Janeiro.
Quando entrou na
faculdade de comunicação social, o rapaz, Sérgio, estava cheio de planos. O principal deles era montar uma agência de
notícias.
- Uma mulher foi
estuprada, assaltada e morta perto de sua casa. Mais um caso de violência
brutal na região zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Ele queria viajar e
fazer coberturas nos países em guerras. Descobrir grandes furos de reportagens.
- Pai de santo manda um homem matar sua irmã. O
motivo do crime é que sua irmã estava namorando seu antigo amante.
Ao terminar a
faculdade, os cursos de especialização e estágios, foi em várias editoras de
jornais e de revistas, emissoras de TV e rádio. Mas, seus projetos mirabolantes
não agradaram a ninguém.
- Boa noite, esse é o
meu primeiro programa de televisão e ele se chama: Clamando por justiça. Meus
primeiros convidados são: Jacinta uma moça pobre e do campo que engravidou do
filho da patroa. Rodrigo seu sócio roubou sua mulher e o seu dinheiro. Também,
temos o Fernando que deseja conhecer o pai, mas sua mãe engravidou num baile e
não sabe quem é seu pai. Essas pessoas precisam de justiça para sobreviver.
Cansado de procurar
trabalho e já precisando de dinheiro para ajudar sua família, o rapaz arranjou
emprego num jornal popular.
- Gente, isso é um
absurdo!! Essa moça, a Jacinta, uma moça inocente do campo, pobre e grávida,
foi abandonada à própria sorte por esse filhinho de mamãe!! Isso não pode ficar
assim, ela não é papel higiênico para ser usada e depois ser jogada fora. Usou
até lamber os beiços meu filho, agora assuma as consequências.
Desiludido de seus
sonhos grandiosos decidiu seguir a linha popularesca e ganhar dinheiro.
Inventou bordões e escreveu palavras vulgares no jornal, onde trabalhava.
Começou a fazer sucesso e fama. Logo foi contratado por uma rede de televisão
para comandar o programa CLAMANDO POR JUSTIÇA.
Muitos o consideram um
anjo e os outros, a personificação do capeta.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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