terça-feira, 2 de julho de 2013

Porta Aberta

Ausência de líderes

* Por Roberto Corrêa

Após uma semana de manifestações diárias, nas capitais e principais cidades esbanjando reivindicações, já conhecidas em sua maioria e os administradores entendendo-as democráticas e condenando apenas o vandalismo e seus excessos, há necessidade agora de frutíferos diálogos. O sério problema que se nos apresenta é a ausência de líderes entre os manifestantes. Exatamente não sabem posicionar quais as reivindicações mais importantes, ou seja, escalonar a ordem das prioridades.

De um modo geral acredito que os cidadãos almejam a queda dos impostos e com isso o aumento do poder aquisitivo e melhora de vida. Se das notas fiscais se descrevem os impostos da operação financeira, nada mais benéfico para o contribuinte-comprador que 50% dos mesmos fossem abatidos ou cancelados. Tal deveria ocorrer também no preço dos combustíveis, de maneira que toda a população sentiria na carne os benefícios dessa nova política tributária.

Outra benesse que agradaria a uma grande maioria seria o perdão ou cancelamento das dívidas tributárias (dívida ativa) até um x, por exemplo, cinquenta mil reais, e longo parcelamento sem juros e acréscimos para as demais. Se o Brasil empresta bilhões para outros países e até perdoa essas dívidas, porque não fazê-lo em benefício dos seus próprios cidadãos?

A presidente parece estar entendendo o recado e convida seus ministros, governadores e demais entendidos na matéria para debaterem o assunto e apresentarem medidas que atendam as reivindicações. Deu a entender em sua fala que recursos da Petrobrás serão destinados para a educação e quanto à saúde cogita até de contratar médicos do exterior.

Realmente os problemas administrativos que vêm se agravando e acumulando há dezenas de anos, não poderão ser resolvidos com uma única tacada, de maneira que os cidadãos deverão recompor a paciência com as providências a serem tomadas sem demora e com persistência.

Mais uma vez o espírito religioso que envolve os cristãos brasileiros faz-nos lembrar de consoladores adágios como aquele de que “há males que vêm para o bem”, “depois da tempestade vem a bonança”, “antes tarde do que nunca” e assim por diante. E, nada mais recomendável, dentro desse mesmo espírito, súplicas para a infinita e Divina Misericórdia nos atender.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.


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