sábado, 26 de dezembro de 2009




Monumento às fontes

* Por Suzana Vargas

S
uspensa

Pássaro a engolir uma serpente,
eriges teus sinais em bronze vivo.

Sereias, sacerdotes,
há algum tempo
o mundo te contempla.
Mija ou não,
na cabeça de teus anjos.

Mescla de esperma e de gelo,
me espreitas sempre que eu quiser
te olhar.

O teu único crime
é perpetuar a flecha,
cravada em antigo coração.

E tua história
escrita em cada um
com um punhal

Juntará o que rasteja
ao que voa


* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.

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