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Dar calote no condomínio é roubar a si próprio
* Por Seu Pedro
Não é privilégio de nossa Bahia, mas o homem deixou de ser honesto com ele mesmo. A questão me aflora em território baiano, pois vivo por aqui e aqui transito pelas calçadas, quando venho a Salvador, e principalmente quando me sento nos bancos da Praça do Campo Grande, e ali converso com colegas da terceira idade, alguns deles escolhidos síndicos do edifício onde moram. As obrigações individuais em favor do coletivo de moradores apresentam cada vez mais inadimplência. Com isto, há menos dinheiro para promover o necessário, inclusive para melhorar a segurança.
Chegam-me notícias de ocorrências iguais no Rio de Janeiro, surpreendentemente em prédios em que moram socialites, e da zona nobre paulista, onde centenas de prédios se comprimem, e alguns já experimentaram a invasão de ladrões, que puseram em pânico os moradores, e levaram deles muitas vezes mais o valor economizado com o calote no condomínio.
Mas voltando à nossa Salvador, um amigo meu, condômino de um edifício pela quarta vez, reclama da falta de recursos financeiros no caixa do condomínio. que vive no vermelho. E vai entrando no vermelhão, naturalmente, devido ao grande número de inadimplentes, que cresce a cada dia, em detrimento dos que pagam suas obrigações regularmente. Conta que há o absurdo de ter morador que há uma década não cumpre suas obrigações, Esqueceu-se este morador que ele vive ali, e assim como as despesas são rateadas, o incomodo de falta de limpeza, da lâmpada queimada, do elevador sem manutenção, da segurança não melhorada ou sem manutenção, atinge a ele também.
E com agravante: há os que alugam vagas no apartamento onde vivem, para aumentar a renda. Naturalmente que há um aumento no consumo da água e energia de corredores e no sobe e desce do elevador, e cujas contas deveriam ser pagas por estes moradores extras. Mas nem os moradores tradicionais cumprem com sua obrigação, deixando isto para os que entendem o que é morar em prédio coletivo, que são onerados pesadamente por conta disso, na hora de verem o serviço comum do qual necessitam ter que ser pago para ser garantido.
Na "contramão" da lógica, a legislação que temos para cuidar destes assuntos, ao invés de prover meios de puni-los, os protege. Seja porque não podem ter cortada sua água, pois a lei não permite, seja por não se poder impedi-los de usar o elevador (que gasta energia), ou acender as lâmpadas do corredor, e nem sequer poderão os síndicos colocar o seu nome no quadro de avisos do prédio, informando aos demais o valor do seu débito, pois estará “causando constrangimento” ao caloteiro!
Este assunto toma uma proporção gigantesca em termos de Brasil. Ou não? E os síndicos perguntam o que fazer se para este calote, diferente do feito ao comércio, ainda não foi visto o juiz penhorar e executar bens, como móveis jóias e o próprio imóvel se for o caso? Como iniciar uma sensibilização de nossos nobres senadores e deputados, e nossos juízes, para que haja uma legislação mais próxima da Justiça?
Opino que os síndicos e moradores cumpridores de suas obrigações virem a cara para os que vivem na moleza de não pagar Não abram portas de elevador, não lhes prestem favores. Seria como se um bicho morasse com vizinho. E se isto não resolver, façam uma caminhada em volta dos prédios, com faixas e cartazes dizendo “aqui residem caloteiros”. E os nomes, já que a lei proíbe dizê-los em cartazes, serão ditos ao pé do ouvido de cada comerciante próximo, vizinhos, e aos que se interessarem. E na portaria dos prédios onde a segurança fica comprometida pelos caloteiros, que seja afixado um grande apelo: “Senhor ladrão, em caso de assalto, faça opção pelos apartamentos dos que não pagam o condomínio. São eles que guardam o dinheiro”.
* Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
* Por Seu Pedro
Não é privilégio de nossa Bahia, mas o homem deixou de ser honesto com ele mesmo. A questão me aflora em território baiano, pois vivo por aqui e aqui transito pelas calçadas, quando venho a Salvador, e principalmente quando me sento nos bancos da Praça do Campo Grande, e ali converso com colegas da terceira idade, alguns deles escolhidos síndicos do edifício onde moram. As obrigações individuais em favor do coletivo de moradores apresentam cada vez mais inadimplência. Com isto, há menos dinheiro para promover o necessário, inclusive para melhorar a segurança.
Chegam-me notícias de ocorrências iguais no Rio de Janeiro, surpreendentemente em prédios em que moram socialites, e da zona nobre paulista, onde centenas de prédios se comprimem, e alguns já experimentaram a invasão de ladrões, que puseram em pânico os moradores, e levaram deles muitas vezes mais o valor economizado com o calote no condomínio.
Mas voltando à nossa Salvador, um amigo meu, condômino de um edifício pela quarta vez, reclama da falta de recursos financeiros no caixa do condomínio. que vive no vermelho. E vai entrando no vermelhão, naturalmente, devido ao grande número de inadimplentes, que cresce a cada dia, em detrimento dos que pagam suas obrigações regularmente. Conta que há o absurdo de ter morador que há uma década não cumpre suas obrigações, Esqueceu-se este morador que ele vive ali, e assim como as despesas são rateadas, o incomodo de falta de limpeza, da lâmpada queimada, do elevador sem manutenção, da segurança não melhorada ou sem manutenção, atinge a ele também.
E com agravante: há os que alugam vagas no apartamento onde vivem, para aumentar a renda. Naturalmente que há um aumento no consumo da água e energia de corredores e no sobe e desce do elevador, e cujas contas deveriam ser pagas por estes moradores extras. Mas nem os moradores tradicionais cumprem com sua obrigação, deixando isto para os que entendem o que é morar em prédio coletivo, que são onerados pesadamente por conta disso, na hora de verem o serviço comum do qual necessitam ter que ser pago para ser garantido.
Na "contramão" da lógica, a legislação que temos para cuidar destes assuntos, ao invés de prover meios de puni-los, os protege. Seja porque não podem ter cortada sua água, pois a lei não permite, seja por não se poder impedi-los de usar o elevador (que gasta energia), ou acender as lâmpadas do corredor, e nem sequer poderão os síndicos colocar o seu nome no quadro de avisos do prédio, informando aos demais o valor do seu débito, pois estará “causando constrangimento” ao caloteiro!
Este assunto toma uma proporção gigantesca em termos de Brasil. Ou não? E os síndicos perguntam o que fazer se para este calote, diferente do feito ao comércio, ainda não foi visto o juiz penhorar e executar bens, como móveis jóias e o próprio imóvel se for o caso? Como iniciar uma sensibilização de nossos nobres senadores e deputados, e nossos juízes, para que haja uma legislação mais próxima da Justiça?
Opino que os síndicos e moradores cumpridores de suas obrigações virem a cara para os que vivem na moleza de não pagar Não abram portas de elevador, não lhes prestem favores. Seria como se um bicho morasse com vizinho. E se isto não resolver, façam uma caminhada em volta dos prédios, com faixas e cartazes dizendo “aqui residem caloteiros”. E os nomes, já que a lei proíbe dizê-los em cartazes, serão ditos ao pé do ouvido de cada comerciante próximo, vizinhos, e aos que se interessarem. E na portaria dos prédios onde a segurança fica comprometida pelos caloteiros, que seja afixado um grande apelo: “Senhor ladrão, em caso de assalto, faça opção pelos apartamentos dos que não pagam o condomínio. São eles que guardam o dinheiro”.
* Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
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