terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sensibilidade


* Por Evelyne Furtado


Acusaram-me de ser sensível em excesso. Confesso-me culpada. Exagero em algumas ocasiões. Por vezes a culpa não é minha, os hormônios deixam meio louca uma mulher, então, surto uns dias a cada mês.

Voltei a exagerar: não chego a surtar. apenas fico ofendida com mais freqüência. Irrito-me com mais facilidade. Esqueço onde guardei chaves ou outros objetos. Coisas assim.

Fora desse período continuo sensível. Choro com extrema facilidade. Sou a própria manteiga derretida. Acostumei-me a ver associada a mim a sensibilidade e se esta tem um lado meio dramático e sofrido, tem também sua face positiva.

Leio bem nas entrelinhas. Gosto de carinho. Perdôo com facilidade. Vejo o mundo ao meu redor com mais tolerância e recebo o bem que me fazem com alegria, fazendo questão de dizer ao benfeitor.

Meus sentidos são mais alertas. Os cinco: tato, paladar, olfato, audição e visão. Juntos eles me trazem o mundo. Juntos eu os recebo com o sexto sentido, aquele que mora em minha alma e que me faz viver com intensidade as boas coisas da vida. Todas elas!

* Poetisa e cronista de Natal/RN  


Um comentário:

  1. Voltaram as confissões levemente ocultas. A sua sensibilidade pode feri-la, Evelyne, porém, para quem a lê, é uma festa.

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