Altar da lembrança
*Por Pedro J. Bondaczuk
Sombras movem-se na parede
do quarto, à meia luz do abajur.
Silêncio! Amor infinito
reverenciado no altar da lembrança...
Carícias velhas...muito antigas
que o corpo nunca esqueceu.
Beijos arrebatadores
cujo sabor a boca
jamais deixou de guardar.
Perfume insinuante de mulher
que impregna as narinas
e reaviva os sentidos.
Amor total...infinito
(enquanto dura)...
Altar da lembrança.
Palavras, inúteis palavras.
Mentiras...promessas
sem substância,
impotente caveira...
Silêncio! A linguagem
do amor é muda..
.
Gramática dos sentidos...
Imagens...sensações...
fantasias... desejos...
saudades...recordações....
Silêncio! Amor eternizado
no altar da lembrança.
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas
(atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e
do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma
nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com.
Twitter:@bondaczuk
Algumas vezes, ainda que o amor tenha sido grave, não ficam nem as lembranças. É que dói lembrar.
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