terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Terra da alma


* Por Celeste Fontana


Dor doída, dorida,
Gélida, granítica
Maléfica, maldita
Abissal, cruel
Mortífera!

Ah!  Grotesca dor que dói
Terra da alma injetada nas vértebras!
Que do escuro da noite pigmenta as minhas veias
E faz da lágrima molhada o orvalho da minha face
E turva o lago dos meus olhos de mel

Ah! Horas dementes que já nascem desfeitas
Sangrentas palavras,coroa de espinhos
Oh! Dor de doer poros, âmago,
unhas, garganta e destino

Ah! Súplicas de sangue! Cruel dor assassina!
Corrosiva, marginal
Quase indescritível
Que de desertos de morte se alimenta e vive
E de doer bem fundo e dentro todos os limites

Que dor é essa que me mata e me sublima?!
Essa dor das furnas,
Espessa, lúgubre
Chama apagada
Que nesse degredo de cinzas,
Se faz misterioso visgo
E das estrelas e  anjos
Ela também me aproxima !


* Poetisa

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