Reticências
* Por
Flora Figueiredo
Se sua rua, porventura, aparecer coberta de pétalas
caídas
pela inclemência de um vento qualquer,
não faça nada.
Deixe-a assim, desordenada, descabida.
São reticências que sobraram da Estação passada.
Acabarão varridas pela própria vida.
* Poetisa, cronista,
compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”,
“Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima,
ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade
com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica,
às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e
simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo
nas águas da vida.
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