quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Reticências


* Por Flora Figueiredo


Se sua rua, porventura, aparecer coberta de pétalas caídas
pela inclemência de um vento qualquer,
não faça nada.
Deixe-a assim, desordenada, descabida.
São reticências que sobraram da Estação passada.
Acabarão varridas pela própria vida.

* Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.


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