segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Alienado


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Chamam-no de alienado,
chamam-no de sonhador.
Rasgam seus manuscritos
ensebados, violam seu
frágil corpo sonhador.
Empurram-lhe notas,
cifras, quinhão.
Exigem-lhe posto,
referências, identidade...
Não percebem a cor
que lhe foge, nem o ar
que lhe falta.
E o poeta respira pela
última vez, desfaz-se
no ar, mistura-se às
densas nuvens e por
alguns mágicos segundos
lava a alma  miserável do
ser humano.


 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário

Um comentário:

  1. A minha foi lavada e ensaguada. Quando lhe perguntarem para que serve a poesia, responda com esses seus versos, totalmente desapontadores. Espera-se uma coisa e vem outra muito mais linda. Parabéns!

    ResponderExcluir