Mais alto
* Por Florbela Espanca
Mais alto, sim! Mais
alto, mais além
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A quem não se encontra! Aquela a quem
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A quem não se encontra! Aquela a quem
O mundo não conhece por
Alguém!
Ser orgulho, ser água na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!
Ser orgulho, ser água na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!
Mais alto, sim! Mais
alto! A Intangível
Turris Ebúrnia erguida nos espaços,
A rutilante luz do impossível!
Turris Ebúrnia erguida nos espaços,
A rutilante luz do impossível!
Mais alto, sim! Mais
alto! Onde couber
O mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!
O mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!
* Poetisa portuguesa
Linda, autêntica e louca por falar tanto numa época que a boca da mulher deveria ficar cerrada. E os dedos também.
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