domingo, 2 de maio de 2010




À Brasília de Oscar Niemeyer

* Por João Cabral de Melo Neto

Eis casas-grandes de engenho,
horizontais, escancaradas,
onde se existe em extensão
e a alma todoaberta se espraia.

Não se sabe é se o arquiteto
as quis símbolos ou ginástica:
símbolos do que chamou Vinícius
"imensos limites da pátria"

ou ginástica, pra ensinar
quem for viver naquelas salas
um deixar-se, um deixar viver
de alma arejada, não fanática.

* João Cabral de Melo Neto é poeta pernambucano, nascido no Recife. Poema transcrito do livro "Poemas para Brasília", de Joanyr de Oliveira.

Um comentário:

  1. Morte e vida severina migram da caatinga para o cerrado. Em vez de casa-grande, há grandes-casas que obrigam o funcionário a andar pelos seus longos corredores. Ou então não entendi nada.

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