Retrato II
* Por Abílio Pacheco
A Cecilia Meireles
Eu também não tinha este rosto
assim tenso, assim denso, assim calvo,
nem olheiras e rugas
nem cabelos alvos.
Eu não tinha estes olhos de agora
tão rubros, tão turvos, tão vagos,
nem esta mão incerta,
nem dedos fracos.
Mal venho notando esta mudança
que lenta, constante e suave
do espelho vem desbotando
a minha face.
* Poeta baiano, residente em Belém-PA, autor dos livros “Poemia” e “Mosaico primevo – poemia”.
* Por Abílio Pacheco
A Cecilia Meireles
Eu também não tinha este rosto
assim tenso, assim denso, assim calvo,
nem olheiras e rugas
nem cabelos alvos.
Eu não tinha estes olhos de agora
tão rubros, tão turvos, tão vagos,
nem esta mão incerta,
nem dedos fracos.
Mal venho notando esta mudança
que lenta, constante e suave
do espelho vem desbotando
a minha face.
* Poeta baiano, residente em Belém-PA, autor dos livros “Poemia” e “Mosaico primevo – poemia”.
Linda homenagem ao envelhecimento, este sim, nada lindo. Mas no lugar dele, a outra opção é morrer. Só que queremos ficar por aqui um pouco mais.
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