sábado, 20 de junho de 2009




Do amor pleno

* Por Tarcisio Sigrist

só a dor
criará em mim
uma única
felicidade
mais do que uma
convicção
de desamor
obstruído
pelo tempo
coletivo
feito cúmplice
instantâneo
de uma
fraternidade
nova
virá
o tempo
em que nos
veremos
anulados
por uma
fadiga
inexorável
e então
aquela
paz interior
incalculavelmente
a tristeza
de um mundo
verdadeiro
nos dirá
o incompetente
segredo:
eu amo
tu amas
amanhã
--- talvez –
se humanize
o verbo
criará em mim
um tempo
suficiente
pra amar
reconciliado
eu perdi
tanto tempo
sentado
à direita
de minha
infância
emancipado
pela memória
de meu pai
para o
teu esquecimento
esta solidão
de coisas próximas
permitidas hoje
nada de
emancipações
sobre emancipados
nada de opção
sobre a ternura
dos descobertos
eu precisarei
de um tempo
maior
gasto na própria
redundância
de meu tempo
de qualquer
forma
dói
sentir
que esquecer
já é possível.

* Poeta

Um comentário:

  1. Descobrir que se consegue viver sem o amor da nossa vida, não deixa de ser, contraditoriamente, desapontador.

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