quinta-feira, 8 de junho de 2017

Musa aprisionada


* Por Pedro J. Bondaczuk


Musa aprisionada
no cárcere sombrio
de uma realidade
tensa e perversa.

Crises, violência,
terrorismo e medo
baniram a poesia
para além do horizonte.

Multidões vociferam
destilando ódio
num vasto oceano
de incompreensão.

Vidas que nascem,
vidas se extinguem
sob o signo maldito
e homicida de Caim.

Procuro a poesia
nas águas, no ar,
no espaço infinito,
nas profundezas
escuras da alma
inconsciente
em busca de luz.

Tentativa frustrante,
baldada e vã.
Vislumbro o caos
no sombrio horizonte
de incerto amanhã.


Angústia imensa!
Porquanto vislumbro
com olhar frio
a Musa aprisionada
no cárcere sombrio
de uma realidade
perversa e tensa.


(Poema composto em Campinas, em 5 de junho de 2017).




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

Um comentário:

  1. Vejo que abandona, temporariamente, espero, seu otimismo de sempre. Há momento de vertigem com as pauladas na cabeça, mas no seu caso, será passageiro, pois tonteira não é torpor.

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