quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O que há de sensível

* Por Adrino Aragão

o que há de sensível em meu íntimo não se comunica
ou se desdobra em gesto de inexata comunhão
como parte deste rito dividido entre fome e compaixão

ou quando sozinho diante da própria fronte principia
outro desconhecido rosto sobreposto e bem mais inteiro
no espelho partido ao peso do corpo em apoio
[na pia do banheiro

e não sei se serei eu em cada caco laminado
[ou no sangue em minha mão
ou na face que exponho oposta ao riso
[que guardo na solidão
que encontro nestas poucas paredes em que me perco

pelo óbvio labirinto pulsa na palma o caminho
que meu íntimo não comunica ao que há de sensível



* Ficcionista e poeta amazonense.

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