Continho
* Por
Evelyne Furtado
Desceu,
Alice, a ribanceira às cegas. Olhos vendados, frio na barriga e
escoriações que lhe doeram muito além da pele.
Acordou
de súbito de sonho pesado. Revirou na cama e nas ideias de Freud.
Salva foi por raízes de afeto. Repousou em leito de versos. Adoçou
como pôde o remédio.
Confortou-se
na luz beirando a janela.
Hoje
segue pé ante pé rente à calçada e lembra dia sim, dia não, com
saudade, das nuvens que lhe substituíam o chão.
*
Poetisa, cronista e psicóloga de Natal/RN.
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