sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Moonlight: Sob a Luz do Luar

* Por Eduardo Oliveira Freire
 
Três etapas da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do crime e das drogas.  O protagonista é um jovem negro, pobre e gay. A mãe tem problemas com drogas e sofre  bullying na escola. O único que tenta ajudar é um traficante de origem cubana. 
 
O que achei interessante no filme não foi a história em si, mas como ela foi contada. Por exemplo, a delicadeza de como se tratou as cenas, sem buscar imagens apelativas de sexo e violência. A trilha sonora é linda, além da fotografia e a interpretação dos atores.
 
A narrativa tinha tudo para ser um filme violento e pesado.   Os temas como preconceito, pobreza e marginalidade já foram discutidos em vários filmes, entretanto, Moonlight projetou um olhar novo em relação a esses temas.
 
Desde novo, Chiron é calado e por meio de seus silêncios percebe-se seu desespero de não encontrar seu lugar no mundo. Vaga por aí a procurar de quem realmente é.
 
Num lugar altamente opressivo, ser sensível é um pecado mortal. Os personagens parecem que vivem superficialmente, sem se dar conta de suas próprias individualidades. Refugiam-se nas gangues e nas drogas. 
 
O filme é bem realista neste ponto, ao mostrar a falta da liberdade de escolha, inclusive, em ambientes pobres e marcados pela violência.

Chiron na sua travessia utiliza-se de outras identidades com a finalidade de  ocultar sua verdadeira essência, para que ninguém o machuque mais. Apesar disso, a história possui certa esperança e leveza e não cai na ideia negativa sobre o mundo, como em  outros filmes que abordaram os mesmos temas. 

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/

 


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