domingo, 4 de junho de 2017

Carrossel


* Por Pedro J. Bondaczuk


Tédio...
O Bonde Esperança passou...
O menino grande ficou
sem ter destino.

Tédio...
Estrelas azuis sorriem
e pálidas luas contemplam
a negritude da alma
do menino.

Tédio...
Rouxinóis incolores,
flores pretas,
bondes brancos...

Tédio...vagar...tristeza...

Morreu a estrela do mar

que fez o menino chorar.

Campos roxos,
campas brancas,
sorrisos frouxos,
tristezas francas.

Globo girante,
carrossel gigante
que não pára,
mas sempre volta.

O menino tirou
no carbono do sonho
uma cópia da vida.

Tédio...
O Bonde Esperança passou
e deixou o menino
sem seu destino...

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 7 de fevereiro de 1964 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo" em 15 de setembro de 1968).





* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

Um comentário:

  1. Que interessante lembrar do papel carbono, de uma cópia. Hoje, você sabe, a multiplicação das imagens é infinita.

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