terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quando a menina sonha


* Por Evelyne Furtado

A menina não pode ver uma cama, um sofá ou mesmo uma poltrona que deita para sonhar. Basta encostar-se a uma almofada gostosa que ela começa a construir castelos, a ver príncipes, a fazer viagens a lugares paradisíacos ou à lua,

Todos são sonhos bons. Nem todos são egoístas. Dedica-se, também, a imaginar um mundo igualitário e sem fome. Uniões entre povos, etc. Mas de longe ganham os sonhos românticos. Esses são os favoritos.

Mas há quem a avise para não sonhar. O que é bom, pois do contrário ela viveria nas nuvens. De outro lado, ela tem os pés bem fixos no chão, quando acordada. Sabe até onde pode ir.

Chega a se proteger em excesso. Passa algum tempo em clausura e austeridade. Seca de devaneios. Cheia de tédio. Sonhar não custa nada. Sonha, menina, porém não esqueça que viver pode ser bem melhor que sonhar.


* Poetisa e cronista de Natal/RN

Um comentário:

  1. Acordada, o devaneio, e dormindo, o sonho, são fugas da realidade, porém fugas boas, tão boas ou melhores do que os mais emocionantes momentos.

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