Meu humilde amigo
* Por Francis Jammes
Meu cão fiel, humilde amigo, sucumbiste
sob a mesa, fugindo à morte como à vespa
tu fugias em vida. Ali tua cabeça
voltaste para mim no passo breve e triste.
Companheiro banal do homem, tu que em teus dias
no que falta ao teu dono achas o que te baste,
o ser bendito que a jornada acompanhaste
do arcanjo Rafael e do jovem Tobias...
Tal como um santo ama o seu Deus, num grande exemplo
amaste-me também, ó servo verdadeiro!
O mistério de tua obscura inteligência
vive num paraíso inocente e fagueiro.
Ah se de vós, meu Deus, a graça eu alcançasse,
De face a face vos olhar na eternidade,
fazei que um pobre contemple face a face
quem para ele foi um deus na humanidade.
Tradução: Manuel Bandeira
• Poeta francês de origem basca
sábado, 6 de outubro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário