segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Do nome da rosa

* Por Talis Andrade

Nunca perguntes
o nome do amor
se homo
se hetero

Nunca esperes
pelo amanhã
a beleza
é tão temporânea
Uma rosa
jamais se repete
sempre única
e fugaz
porque fugaz
todo prazer
que a existência
nos traz

Abre as portas do sentido
principalmente ao som semente
Sem demora soprarão ventos lamentos
Não existe nenhuma previsão
de que na próxima primavera
a flor a virgem permanecerão flor e virgem
para um exclusivo instante de paixão

Não há nenhuma garantia
de outra primavera
Do futuro se tem
uma única previsão
Para ir
ao encontro da morte
nunca falta chão

Tece o infinito
do tempo presente
Ama teu irmão
ama tua irmã
antes da escuridão
desça sobre os teus olhos
a noite sobre o caixão

(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

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