sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vida

* Por Flora Figueiredo

Na dúvida, faça.
O risco faz parte.
A graça está
em tentar,
em vez de sentar e assistir;
o mundo está
em esticar-se todo para atingir;
o mundo está
no desafio da interrogação.
E porque não?
Entre na festa,
arranque a capa,
morda a maçã.
Desate o cinto
para voar livre pelo amanhã,
ainda que ele seja um labirinto.
deixe o ID rolar
Nesta arte viva de arriscar,
cônscio e devoto.
Pois que viver
não é entrar no mar onde dá pé,
mas mergulhar com fé no maremoto.

• Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

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