sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Celso

* Por Flora Figueiredo

-Por que ficas menino
assim tão aflito,
de rosto contrito,
de joelho esfolado?
Por que te inquietas
se acuo no canto,
por medo ou espanto
dos sustos da vida?
Por que essa ferida
no fundo do peito
que me é de direito
e não deve ser tua?
Por que essa alegria
quando ando sorrindo
e a fase da lua
me vem aplaudindo
e semeando vitórias?
Por que nas estórias
de bruxa e dragão te vejo na frente,
bandeira hasteada
e adaga na mão?
-É simples, menina:
eu te quero contente.
Sou teu irmão.

• Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

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