quarta-feira, 1 de setembro de 2010


A última pantera

* Por Clóvis Campêlo

És a última pantera
a me assustar a memória,
o fim de longa história,
a derradeira quimera.

Temo o teu olhar escuro,
tuas garras afiadas,
e imagino-te sentada
a me esperar no futuro.

A ti não peço clemência,
sei que nada adiantaria,
quando vir a sonolência.

Peço-te apenas, no dia
da tua interveniência,
que seja breve a agonia.

• Poeta, jornalista e radialista do Recife/PE

2 comentários:

  1. Acho que esse é o desejo de todos nós
    que não haja agonia.
    Poesia forte, marcante.
    Parabéns.
    Fez-me lembrar de "Versos íntimos" de Augusto dos Anjos.

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  2. Caro Pedro, agradeço pela atenção que sempre tem dispensado aos meus textos. Grande abraço

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