terça-feira, 21 de setembro de 2010




William Burroughs brinca de Guilherme Tell

* Por Talis Andrade

Na festa improvisada
presa a um tênue
fio de prata
a vida se repetia
em uma doente monotonia

De repente o silêncio
Os olhos fazem mira
no copo equilibrado
sobre a cabeça de Joan

O imprevisto tiro na testa
espalha vodka e sangue
nas nuvens e no chão
Fragmentos de vidro
no coração de William

Do cérebro de Joan
a geração beat prensará
comprimidos de benzedrina
Sujos dedos de sangue
escreverão poemas
nas paredes dos guetos
e latrinas

Em torno do corpo de Joan
o almoço nu
está servido

(Do livro “Cavalos da Miragem”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

2 comentários:

  1. Uma imagem forte em
    forma de poesia.
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Que poema lindo...Meu Deus!!! Forte, intenso. Perdoem-me, mas é impossível dizer o que sinto sem tantos adjetivos.Amei.
    Abraços

    ResponderExcluir