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Ao luar de Rio do Antônio
* Por Seu Pedro
Alguns dos leitores deste espaço conhecem Rio do Antônio, cidade encontrada no Sudoeste da Bahia ainda ligada por estradas de chão? A ligação ao asfalto está no distrito de Ibitira, hoje mais populoso que a sede do município, e são 32 quilômetros de poeira, buracos e sinuosidades, coisa que nenhum prefeito, por melhor que venha a ser, conseguirá resolver, pois demanda recursos que pequenas cidades não têm. Resta esperar da rica União, ou do governo do Estado, que há décadas recebem pedidos de um chão preto, que dê dignidade àquele pedaço de Brasil.
Rio do Antônio conta hoje 15.600 habitantes em todo município e menos de 5.000 na sede. Mas não esperou asfalto para ser conhecida por sua cultura. E já em 1945, portanto há sessenta e três anos, foi palco de um filme hoje reduzido a um curta-metragem: “Queima de Arquivo”, estrelado, não menos, por Jessy Jessé, que veio a ser esposa do poeta Vinícius de Morais, e senhora que tive a honra de conhecer e participar de um jantar, por ocasião de uma “Vitrine Cultural”, noite de gala da pequena cidade, grande em cultura.
Rio do Antônio, que há pouco mais de uma década passei a conhecer, deu-me a honra de apresentar a noite da “III Vitrine Cultural”, organizada e supervisionada pelo expoente cultural Adebaldo Silveira “Deba”, seu criador. Esta solenidade não acontece anualmente, como a comunidade cultural deseja, em virtude dos grandes custos, pois comparecem centenas de amigos de Rio do Antônio, entre estes Carlos Jeovah, teatrólogo e poeta de Vitória da Conquista, um dos que preservam trabalhos de Glauber Rocha.
De longe comparecem visitantes de outros Estados, a exemplo do grande declamador Sóstenes Freire “Tote de Nanuque”, MG, como também Evandro Correia, cantor e compositor, que a este último encontro nos faltou. Mas virá, e tomara que em 2009 tenhamos a “IV Vitrine”. Será maravilhoso ver o poeta e sociólogo José Valter Pires, irmão de Moraes Moreira, cantando o mote da educação: “O que será melhor no mundo?”
Para mim, o melhor do mundo é estar no mundo em que vivo: estrada de chão, água de cacimba, carne de sol e rapadura, ouvindo viola e palestras da carioca Ivone Boechat e, quem sabe, de outros ilustres, como o amigo professor Apolinário. E que tragam máquinas e fotografem a beleza do sertão, e de quebra a coleção de bonecas de pano da professora Delia de Castro (convidada), com mais de mil exemplares. E, longe do asfalto que mata pelos carros e assaltantes, se encontra paz na terra em que nasceu Anísio Silva, um dos grandes da década de sessenta, da Música Popular Brasileira, com “Relógio”. Digam-me: “Há oh gente ou não, lugar como este no Sertão?”
* Homenagem póstuma a Seu Pedro (Pedro Diedrichs), escritor e ”Jornalista do Sertão”, ex-editor do jornal Vanguarda, de Guanambi / Bahia e colunista por mais de dois anos do Literário.
* Por Seu Pedro
Alguns dos leitores deste espaço conhecem Rio do Antônio, cidade encontrada no Sudoeste da Bahia ainda ligada por estradas de chão? A ligação ao asfalto está no distrito de Ibitira, hoje mais populoso que a sede do município, e são 32 quilômetros de poeira, buracos e sinuosidades, coisa que nenhum prefeito, por melhor que venha a ser, conseguirá resolver, pois demanda recursos que pequenas cidades não têm. Resta esperar da rica União, ou do governo do Estado, que há décadas recebem pedidos de um chão preto, que dê dignidade àquele pedaço de Brasil.
Rio do Antônio conta hoje 15.600 habitantes em todo município e menos de 5.000 na sede. Mas não esperou asfalto para ser conhecida por sua cultura. E já em 1945, portanto há sessenta e três anos, foi palco de um filme hoje reduzido a um curta-metragem: “Queima de Arquivo”, estrelado, não menos, por Jessy Jessé, que veio a ser esposa do poeta Vinícius de Morais, e senhora que tive a honra de conhecer e participar de um jantar, por ocasião de uma “Vitrine Cultural”, noite de gala da pequena cidade, grande em cultura.
Rio do Antônio, que há pouco mais de uma década passei a conhecer, deu-me a honra de apresentar a noite da “III Vitrine Cultural”, organizada e supervisionada pelo expoente cultural Adebaldo Silveira “Deba”, seu criador. Esta solenidade não acontece anualmente, como a comunidade cultural deseja, em virtude dos grandes custos, pois comparecem centenas de amigos de Rio do Antônio, entre estes Carlos Jeovah, teatrólogo e poeta de Vitória da Conquista, um dos que preservam trabalhos de Glauber Rocha.
De longe comparecem visitantes de outros Estados, a exemplo do grande declamador Sóstenes Freire “Tote de Nanuque”, MG, como também Evandro Correia, cantor e compositor, que a este último encontro nos faltou. Mas virá, e tomara que em 2009 tenhamos a “IV Vitrine”. Será maravilhoso ver o poeta e sociólogo José Valter Pires, irmão de Moraes Moreira, cantando o mote da educação: “O que será melhor no mundo?”
Para mim, o melhor do mundo é estar no mundo em que vivo: estrada de chão, água de cacimba, carne de sol e rapadura, ouvindo viola e palestras da carioca Ivone Boechat e, quem sabe, de outros ilustres, como o amigo professor Apolinário. E que tragam máquinas e fotografem a beleza do sertão, e de quebra a coleção de bonecas de pano da professora Delia de Castro (convidada), com mais de mil exemplares. E, longe do asfalto que mata pelos carros e assaltantes, se encontra paz na terra em que nasceu Anísio Silva, um dos grandes da década de sessenta, da Música Popular Brasileira, com “Relógio”. Digam-me: “Há oh gente ou não, lugar como este no Sertão?”
* Homenagem póstuma a Seu Pedro (Pedro Diedrichs), escritor e ”Jornalista do Sertão”, ex-editor do jornal Vanguarda, de Guanambi / Bahia e colunista por mais de dois anos do Literário.
Seu Pedro se foi, mas o escrito dele ficou, e foi muito bem resgatado nesse domingo de Agosto.
ResponderExcluirUm rei muito bom
ResponderExcluirConta-se que um fanático rei mandou construir uma cama de ouro, muitíssimo valiosa, adornada com milhares de diamantes e mandou que a colocassem no quarto de hóspedes do palácio. Sempre que havia convidados o rei elogiava a cama e dizia do prazer que sentia por receber pessoas tão ilustres. Porém, existia uma condição: o convidado teria que se encaixar na cama que fora fabricada sob medida. Se fosse gordo, o hóspede deveria ser cortado para caber na cama, com a desculpa do preço e do valor da cama.
Era impossível encontrar alguém que se ajustasse ao tamanho do leito real, porque o homem médio não existe e o móvel do político-rei era de tamanho único, mas as pessoas são diferentes. Sendo o rei matemático, mandou medir a altura de todos os cidadãos e dividiu o resultado entre os cidadãos de sua cidade, assim obteve o tamanho do homem médio.
Na cidade havia pequenos, gente jovem, gente idosa, pigmeus, gigantes, porém o homem mediano não havia. E a cama do rei continuava matando o gordo, o magro, o baixo, o alto... O rei não tinha culpa nenhuma, ele tinha o maior prazer de receber as pessoas, elas eram culpadas, porque não cabiam na cama preciosa do rei. Tão hospitaleiro e tão bom! Ele tinha uma equipe de funcionários aptos para esticar o baixinho até caber na cama. Chegava morto, claro! Eram muito esforçados aqueles funcionários públicos, mas o homem era baixinho, a culpa era dele!
Que lição pode-se aprender! As políticas públicas existem, lindas, perfeitas, humanas, caríssimas, preciosas! Só que o cidadão não se ajusta a elas; eles não se encaixam nos hospitais abarrotados e com filas de espera, não se encaixam nas escolas sem professores, não se encaixam nas ruas infestadas de bandidos soltos, atirando pra todo lado, mas o rei tem o maior prazer de fazer o enterro do hóspede de graça - de graça não - toma o dinheiro do baixo, do gordo, do magro, do alto e o investe num cemitério pobre, cheio de mato, abandonado e triste, sem flores. O defunto foi culpado, porque não teve dinheiro para fazer um plano de saúde e um plano pós-vida. Que culpa tem o rei?
A educação, esta sim, é a verdadeira culpada! Por que não se educa para a competência de enxergar e distinguir políticas públicas de políticas privadas, mas, principalmente, aquelas que deveriam ir diretamente para as privadas públicas?
Ivone Boechat
É guerra!
ResponderExcluirAs pessoas ficam muito preocupadas com o advento de uma guerra mundial Quando será? Quando o mundo vai acabar? O que acontecerá, e quem escapará? Se você parar um pouco para analisar a situação do mundo, hoje e sempre, em todos os setores, a conclusão é que sempre estivemos em guerra: individual; grupal; nuclear; atômica; e a guerra de informações que mata conceitos, idéias, religiões, sonhos e sai deformando o que encontra pela frente. A informação cria factóides, deturpa, derruba, mas também recupera monstros arquivados sobre processos esquecidos e guardados. O jornalismo tem o lado positivo: é a única oposição do planeta! Os partidos políticos se nivelaram...
O mundo acaba e começa todo dia! Os que esperam um grande estrondo para o começo do fim, ou mais dores alheias, algum fato extraordinário, é só acompanhar o que se passa no mundo, porque há fatos extraordinários e coisas impossíveis acontecendo de segundo em segundo, e dores, guerras, rumores de guerras. Não há escassez de estrondos nem de mortes. Há pessoas surdas, que nem percebem estrondos, e insensíveis que não se apavoram com todo tipo de morte.
As armas desta grandiosa guerra são visíveis e invisíveis. Faz-se pacto virtual de amor e ódio. Disseram os profetas que os homens fariam sua casa nas estrelas. Não só as fizeram como as visitam, periodicamente, para supervisionar o arsenal ali instalado. É o começo do fim? Ora, se é o começo, então já estamos dentro, e muitos não sabem. Felizmente, na batalha da educação há milhares de soldados inscritos pelejando.
A tecnologia está equipada com poderosos recursos a serviço da destruição, porque as verbas destinadas à guerra são infinitamente maiores do que as reservadas para a promoção e a preservação da paz. Os valores para o julgamento das nações estão fundamentados no poder de guerra. Existe concorrência internacional para a escolha do mais armado. E quem sai ganhando, de longe, é a guerra da mentira nas informações.
A classificação da melhor potência é baseada na economia. O Brasil é a 6ª potência econômica ou seja, dinheiro ele tem para a sociedade viver no conforto geral e até para rasgar nota de cem. Ele não precisa de esmola de bolsa disso ou daquilo. Basta implantar a educação. Esta, sim, igualiza, democratiza e promove o desenvolvimento. Por que não se estabelecem salários dignos, aposentadorias leais, ao invés de expor as pessoas correndo atrás de bolsas? Todavia, corre-se atrás de tudo: hospitais; escolas; segurança; com o bandido correndo atrás. Nessa olimpíada, o troféu é daquele que tem espaço maior e melhor para mentir.
O mundo acaba toda hora! Basta precisar de uma ambulância, de vaga na UTI, de escola para um filho especial. A qualidade da educação denuncia o fim do mundo dessa criança e de sua família. E pior, se é que pode existir coisa pior: o contribuinte eleitor se apaixona pelo político algoz e o reelege para mais quatro, oito anos e sempre! Quer saber mais? Tem saudade dos corruptos... ”Rouba, mas faz”
Tudo ao redor cheira à transitoriedade, à mudança; razão pela qual ameaçar e amedrontar são verbos muito conjugados por aqueles que dominam pela mentira. Em meio a tantos desafios, o ser humano se embaraça nos labirintos do caminho que não soube construir e morre no corredor do hospital. Quando tem vaga, geralmente, o fim do mundo é do lado de fora, esperando. A família não pergunta mais como vai o doente. Pergunta para onde foi o doente. De vez em quando some um.
A Escola deve insistir no despertamento da sensibilidade e na formação de cidadãos educadores. Que a proposta pedagógica tenha objetivos alcançáveis, e que se deixem de lado os recursos didáticos eleitoreiros, para que em meio a tantos desentendimentos se estabeleça a compreensão, o recomeço, o diálogo, a ética.
Muita atenção aos currículos, programas, planos, livros didáticos, e, sobretudo, à postura do educador, que inconsciente, vem usando a sua magia para formar poderosos soldados desta guerra, nada fria, no meio da paz quente que se inicia, quem sabe, dentro da sala de aula?
Ivone Boechat
A arte de viver
ResponderExcluirIvone Boechat (autora)
Viver é se aproximar e, ao mesmo tempo, livrar-se de si mesmo, de angústias e egoísmos. Viver é um dom magnífico. Viver é participar desta misteriosa matemática de sincronização do universo: o mortal desfrutando de experiências materiais numa concessão espiritual. Viver é transcender através da participação na história, pelas marcas deixadas no caminho, no resplandecer de gerações que se sucedem.
Viver é mobilizar e envolver-se para afastar comportamentos que empobrecem a participação na vida, buscando valores e refazendo idéias que desbotam a aventura de sobreviver, em meio ao disparate humano na conquista do impossível.
Viver é proporcionar, reabastecendo-se no manancial da fé, inundando a vida com todas as possibilidades de cada dia. É investir minutos e minutos, colorindo de esperança as horas. É aprender com as manhãs a iluminar obstáculos, não se importando com a escuridão da noite. "Basta a cada dia o seu mal".
Viver, lutando, incessantemente, para desarmar veículos que levam à violência. Fazer do comportamento um elo que une as pessoas umas às outras para formar a grande corrente de otimismo. A força nascerá e há de acontecer o milagre para o qual o homem foi criado: viver no paraíso.
Viver com alegria e na certeza de ser útil, como fiel mordomo do seu próprio corpo, oferecendo-o em holocausto para a felicidade daqueles que compõem este painel de realidades.
Viver é, sobretudo, preservar. É educar-se para viver em harmonia com o tempo e o espaço, coordenando fantasias e verdades para o equilíbrio e a razão.
Viver e não interromper a apoteose fantástica das flores se abrindo nem desafinar o grandioso coral de pássaros no espetáculo gratuito diário que extasia a humanidade.
Viver e preservar rios mares, cuidando dos animais, porque fazem parte do equilíbrio da vida.
Viver no firme propósito de melhorar todo dia: no grupo de amigos, na família, no trabalho, disposto a assumir o compromisso de colocar um mosaico na construção da paz, para viver experiências de melhores dias.
Publicado no livro Escola Comunitária 4ª Ed Reproarte RJ 2003
A revolução das flores
ResponderExcluirIvone Boechat (autora)
Num vale florido, o perfume envolvia as abelhas que trabalhavam, com muito entusiasmo, compondo um belo cenário com borboletas e beija-flores felizes.
Corria por ali a notícia que homens armados contra a Natureza estavam chegando.
Ali, nesse paraíso, as flores estavam tristes e foram procurar as árvores mais velhas. Convocaram a ousadia da espada de são jorge, a coragem de comigoninguémpode, os espinhos da coroadecristo e partiram determinadas.
Debaixo de uma frondosa árvore, pediram um conselho: o que fazer para convencer ao homem que gosta de destruir a vida, para que se arrependa e comece a reconstruir e a preservar... Aquela senhora árvore centenária, com mil folhas de serviços prestados, pelos muitos outonos da vida, indignada, desabafou:
- A nossa expectativa de vida pode chegar a centenas de anos de vida útil, sem esclerose, osteoporose, lordose... que tanto afligem os humanos. O maior perigo que enfrentamos é a serra elétrica, o machado, o fogo.
A rosa concordou e acrescentou:
- O maior perigo de todos é o homem sem educação.
Então as flores deram-se as mãos e decidiram propor que todo homem destruidor e vil fosse educado, desde menino, para plantar o amor-perfeito em volta as casas, das escolas, das empresas, das igrejas...Quanto mais cedo a criança aprender a amar o planeta Terra, maior é a chance de começar a prevenir e a preservar a Natureza.
Aí, animação geral! Veio o copo de leite e se ofereceu, sem contaminação, puro e fresquinho. Boca de lobo prometeu pensar melhor antes de criticar por criticar. Hortência preferiu plantar-se melhor para não ficar por aí, sem se cuidar, desbotada e feia. A dama da noite, tão sumida ultimamente, disse que a noite é uma criança e quer voltar a marcar presença, perfumando o ambiente.
A noite foi chegando e as flores se recolheram com a promessa de juntar-se aos homens não só nas horas tristes e dolorosas da coroa de rosas. Elas querem voltar com todo o esplendor e formosura, espalhando graça e perfume na vida, mas não se negaram a de espetar os fiéis destruidores.
Alô, é Jesus!
ResponderExcluirIvone Boechat(autora)
Se o telefone tocasse, hoje, na sua casa e, quando você atendesse, pensando que fosse um amigo de sua convivência diária, aquela voz terna que você nunca ouvira antes lhe dissesse: "Alô, é Jesus".
O primeiro impulso seria, talvez, desligar o aparelho, todavia, algo muito estranho o impediu e você resolveu ouvir, atentamente.
- Sim, sou eu, Jesus Cristo!
- Como está a sua família? Eu não precisaria perguntar-lhe, porque sei de todas as coisas. Quero ouvir isto de você.
- Hein, como está sua família, seu lar?
- O tempo de vida aí, na Terra, é cronometrado por instrumentos celestiais de alta precisão e o aconselho a gastá-lo muito bem. Aquele vazio da discussão inútil, da agressividade, da incompreensão, foi contado como tempo de vida. Não se desconta, no tempo, nenhum segundo mal vivido.
- Alô, você está me ouvindo? Não desvie sua atenção. A ganância, o egoísmo, o individualismo, o ódio, embaçam a visão espiritual e o impedem de avistar o Calvário. Comece a trabalhar na limpeza da vidraça de seus olhos cansados de olhar na direção contrária.
- Você sabe que não preciso de nenhum telefone para me comunicar com ninguém.
Mas, não desligue o telefone, quero ainda lhe falar. Eu sei que você sonhou com uma casa luxuosa, no melhor bairro, na rua mais valorizada, no melhor estilo e conseguiu.
Agora, você está sofrendo as conseqüências: barulho estridente, fumaça, poeira, e é obrigado a conviver com tudo isto. Não se prenda a nada, não se desespere, porque os bens da Terra só lhe trazem angústias e aborrecimentos.
-Não fique triste, tão aflito com as futilidades que o cercam. Se você não conseguiu trocar o carro por outro mais bonito, lembre-se de que este seu o transportará por muito pouco tempo. Aqui, no céu, as ruas são de ouro, de brilhante e de cristal. Aqui, Anjos flutuam nas gloriosas mansões celestiais, em perfeita harmonia. Para entrar nesse território só darei o visto no passaporte da fé".A discagem direta com o céu (DDC) tem linha direta com a sua consciência e, se você quiser falar comigo, cada dia mais perto, dobre os joelhos, diminua a distância, através da oração.
(extraído do livro Educação Comunitária-5a ed.)
Amanhecer
ResponderExcluirIvone Boechat
Levanta a cortina
dos teus olhos,
contempla a maravilha
do teu lindo amanhecer,
a vida é uma criança,
esperta, bonita, inteligente,
passa correndo, é preciso ver...
Acredita, enquanto há tempo:
não existe dor sem alento
nem tristeza tão longe da alegria,
quando a luz de cada dia,
acende a vida,
iluminando o amanhecer,
não vacile, tome posse
da imensa alegria de viver.
Amizade
ResponderExcluirIvone Boechat
A amizade
é o mais belo afluente do amor,
ela ajuda a resolver,
com paciência,
as complicadas equações
da convivência humana.
A amizade
é tão forte quanto o amor
ela o excessos da paixão.
A amizade
é um forte elo que une educa,
sinalizando o caminho da coerência,
apontando as veredas da justiça,
controlando os pessoas
na corrente do querer.
Amizade
é cola divina,
cola demais,
pode doer.
A amizade
tem muito mais
juízo que o amor,
quando ele se esgota
e cisma de ir embora,
ela se propõe a ficar
vigiando
o sentimento que sobrou.
Sou mulher
ResponderExcluirIvone Boechat
Sou mulher,
com as aflições e a inspiração do poeta,
o esplendor e a serenidade das mães!
Sou uma canção de ninar,
experimentadora dos sabores do tempo,
estrela da constelação familiar!
Sou letra e música da canção
do mais puro sentimento
que a mulher é capaz de cultivar!
Sou feita síntese do segredo de amar,
tenho fases minguante e cheia,
assim como o luar!
Mulher
ResponderExcluirIvone Boechat
Um aroma suave
exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
Foi assim:
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação perfeita produziu.
Um novo milagre:
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade como Ele quer!
O homem colheu a flor
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!
A peça
ResponderExcluirNo grande palco da vida,
quando a representação
individual cessa,
aos poucos,
os personagens
vão saindo,
sem retorno,
quando a morte,
faz sinais
para deixar a via;,
ao terminar
a participação na peça,
eles saem,
deixando a marca
singular da pressa,
no perfume dos seus
próprios sonhos,
num rastro de utopia.
Ivone Boechat
A gente passa
ResponderExcluirIvone Boechat
Que pena, mamãe,
a gente não vê
a gente passar...
vamos como brisas
e fumaças,
fluindo, evaporando,
nos vãos,
como ondas do mar...
ontem, crianças,
no calor do ninho,
depois
brincando na praça
com os irmãos,
nossa esperança era
fugir dos perigos
e ficar mais um pouquinho;
hoje distantes,
vivendo o silêncio
da graça
de orar
baixinho:
Senhor,
livra-nos
dos perigos,
queremos viver
mais um pouco,
como irmãos
e amigos.
A gente passa
ResponderExcluirIvone Boechat
Que pena, mamãe,
a gente não vê
a gente passar...
vamos como brisas
e fumaças,
fluindo, evaporando,
nos vãos,
como ondas do mar...
ontem, crianças,
no calor do ninho,
depois
brincando na praça
com os irmãos,
nossa esperança era
fugir dos perigos
e ficar mais um pouquinho;
hoje distantes,
vivendo o silêncio
da graça
de orar
baixinho:
Senhor,
livra-nos
dos perigos,
queremos viver
mais um pouco,
como irmãos
e amigos.
Amigo ou inimigo
ResponderExcluirIvone Boechat
Meu melhor amigo sou eu,
meu pior inimigo sou eu também,
quando me coloco rainha no apogeu
ou me rebaixo a ninguém.
Meu melhor amigo sou eu,
meu pior inimigo sou eu também,
quando me perdoo por faltas que convém
ou penso que a esperança já morreu.
Meu melhor amigo sou eu,
meu pior inimigo sou eu também,
quando vivo sinceramente o que deu
ou me anulo, pra tudo digo amém.
À mulher
ResponderExcluirIvone Boechat
Mulher, nunca desista
de ser campeã na olimpíada
dessa correria,
amanhã tudo será melhor:
os filhos crescem,
as lutas rejuvenescem,
você está cada dia
mais linda e maior.
Mulher,vai de cabeça erguida,
porque o Senhor não erra,
tinha que honrar sua imagem,
primeiro fez o rascunho
de um ser superior,
refez o projeto,
fez o veto divino,
retocou,
multiplicou
a dosagem de amor,
refez a embalagem:
no modelo anterior
não cabia
esse gigante
interior.
Criança esperança
ResponderExcluirIvone Boechat
A esperança desta pátria,
que, até hoje,
não se reconheceu
tão linda e potente,
está depositada
aos pés do Senhor,
de olhos fixos em você,
criança;
abandonada, discriminada,
sofrida, analfabeta e sozinha,
levante-se do chão,
ao desalento,
desfralde a bandeira
desta nação,
corra todos os riscos
para que o idoso
de sua geração,
não fique suplicando,
sem alento
na porta dos hospitais,
sem voz,
o socorro que não chegou
a tempo para nós....
Por favor,
faça melhor do que
seus avós,
seus pais,
ame profundamente
esta terra,
pode-se
promover a paz,
em qualquer idade,
não permita
que a corrupção
ganhe esta guerra
e saia na frente
altaneira e resoluta,
como se fosse
uma virtude
a impunidade.
Dia da criança
ResponderExcluirIvone Boechat
Hoje é Dia da criança!
dia marcado para refletir
sobre o que faz o Brasil
por seus pequeninos
para torná-los homens de bem,
como se empenha
na construção da felicidade,
no exemplo de atenção,
no cumprimento das leis
da educação...
Sonha com o futuro esse menino,
tem ansiedade para ser alguém,
não quer ser mais um
pedindo esmola,
matricula entusiasmado,
se orgulha do uniforme,
vai feliz da vida estudar,
muito longe dali onde mora,
mas encontra na escola...
Porta fechada, cadeado, muro
exigência pra todo lado...
a incompetência
o empurra para fora,
foi impossível agradar ao dono...
a vítima segue
o caminho, rejeitado:
evasão, escuro,
abandono.
Criança
ResponderExcluirIvone Boechat
Toda criança
é semente de paz ou de guerra,
é preciso adubar a terra
dos canteiros do
sonho infantil.
Afastada da educação,
cuidado, perigo:
a criança deve
aprender e usar
o verdadeiro significado
da palavra amigo,
a separar o joio do trigo,
a lutar e vencer.
As crianças são projetos seus...
Jamais se esqueçam de estar por perto,
nenhuma vida dá certo,
quando afastada de Deus.
Educador
ResponderExcluirIvone Boechat
Educador,
por favor, vença,
você não deve permitir
que alguém saia de sua presença
sem se sentir melhor e mais feliz.
Educador,
oferece a flor
de sua vida
ao que sofre
na despedida,
chorando por fracassar;
tente de novo,
ajude a levantar o cansado,
dê a sua mão ao oprimido,
este povo abandonado
que, muitas vezes,
só encontra você
na direção do olhar.
Criança
ResponderExcluirIvone Boechat
Toda criança
é semente de paz ou de guerra,
é preciso adubar a terra
dos canteiros do
sonho infantil.
Afastada da educação,
cuidado, perigo:
a criança deve
aprender e usar
o verdadeiro significado
da palavra amigo,
a separar o joio do trigo,
a lutar e vencer.
As crianças são projetos seus...
Jamais se esqueçam de estar por perto,
nenhuma vida dá certo,
quando afastada de Deus.