quarta-feira, 18 de agosto de 2010




Segundo canto suicida para Narciso

* Por Talis Andrade

Acaso os olhos
nada pretendem
salvo o visível
que agrada
não há o que temer
e mesmo não se vê
um palmo além
do que não se quer

O sondar requer olhos
afeitos às trevas
sem espanto
para o desconhecido
sem pranto
para a morte

Para desejar mais
que o encanto
da descoberta do corpo
desafia os deuses
desencanta o rei
dentro de você
sendo o guerreiro
o mágico o amante
na dança flamante
dos quatros cantos

(Do livro “Cavalos da Miragem”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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