segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Um colchão de palha no Rio dos Macacos

* Por Paulo Bertran

Leito de palha.
Urge o vento, venta o frio, descem das telhas
os fios de luz, tessitura do dia incorpóreo.
Jovens, nus, bonitos,
fixos, eternos, na fotografia proibida.

Vento frio. Nas cobertas puxadas perdura
o cheiro dos sexos, percorre o país, o mundo,
fixará no nó dos dedos
do jovial doutor empunhando a caneta
entre as dez inspirações da noite.

Sejamos indecentes.
Lá longe os sinos de Meia Ponte
ainda estreitam a noite de Cavalcante...

Nada consola o corpo ferido de paixão.

• Poeta e historiador goiano, autor do livro “Sertão do campo aberto”, Verano Editora.

Um comentário: