segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Exéquias de um ateu


* Por Herculano Alencar


Cético: foi um ateu de nascimento!
Nunca orou pra deus, o criador;
nunca falou em nome do Senhor
e nunca obedeceu um mandamento.

Quando morreu, no seu falecimento,
a morte, essa ilustre convidada,
desfilou com ele na calçada,
vestindo seu mais novo lançamento.

E riram-se dos padres, dos rabinos...
e da eclesial hierarquia.
Entretiveram-se na zombaria
como se ambos fossem dois meninos.

E quando, finalmente, inda sorrindo,
negou-se acreditar que faleceu,
ouviu, a muito custo, a voz de deus
dando-lhe as boas graças do divino.

Ao encontrar no céu outros ateus,
fundou o ateísmo celestino.


* Poeta

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