Amor odiado
* Por
Alberto Cohen
O machucado amor que me consome,
em ódio se transforma, de repente,
ao ver o teu semblante sorridente
e tua boca que não diz meu nome.
Qual mendicante que há muito não come,
estendo a mão no desespero ingente
de suplicar, contrito e serviente,
que mates, caridosa, minha fome.
Mas não vês este amor que odeio tanto,
mistura de infernal e de mais santo,
antítese do sonho procurado.
E levas teu sorriso e teu perfume
para longe de mim e do ciúme
que ruge versos como um cão danado.
*
Poeta paraense.
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