quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mortes na gravidez e no parto



Um dos direitos mais sagrados da mulher é o de acesso aos meios de preservação da sua saúde, principalmente no momento mais importante e sublime da sua vida, o da maternidade. A maioria, no entanto, não dispõe desses recursos de fica entregue à própria sorte, com conseqüências terríveis, que abreviam a sua vida e põem em risco a sobrevivência dos filhos.

A Organização das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informou, em seu relatório relativo a 1996, que cerca de 600 mil mulheres do Terceiro Mundo morrem, anualmente, ao dar a luz, sem receber ajuda médica ou em hospitais mal aparelhados. Isso equivale a l.600 mortes diárias! De lá para cá, as coisas não se alteraram muito.

Mais de 140 mil mães morrem anualmente em conseqüência de hemorragias e outras 100 mil de septicemia, ou seja, infecção generalizada, por causa da presença no útero de fragmentos da placenta que não são expulsos e apodrecem. Outras 75 mil acabam mortas, anualmente, em abortos praticados por elas mesmas e outras 75 mil em conseqüência de danos cerebrais e renais relacionados com a gravidez sem assistência médica.

Quarenta mil mulheres morrem anualmente por causa do chamado "parto obstruído". As contrações uterinas comprimem o crânio do bebê, asfixiado contra uma pélvis demasiadamente pequena. Para cada mulher que morre, outras 30 sofrem lesões, em alguns casos permanentes, pela ruptura do útero, doenças inflamatórias da pélvis e perda do controle da urina.

Estes dados da Unicef foram compilados com a ajuda da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, e da Organização Mundial da Saúde e são, portanto, da maior credibilidade. A conclusão é que pelo menos 15 milhões de mulheres sofrem, anualmente, algum tipo de dano na gravidez ou no parto, que terá profundos efeitos em suas vidas.

Uma em cada 13, na África subsaariana; e uma em cada 35, no Sul da Ásia, morrem de complicações da gravidez ou do parto. Na América Latina, a taxa de mortalidade materna vai desde 650 mortes para cada 100 mil nascimentos, na Bolívia, a 55 por 100 mil no Panamá e na Costa Rica.

A média regional mais elevada se registra na África subsaariana, onde a assistência médica às mulheres grávidas ou não existe, ou é extremamente deficiente. Essa área registra 980 mortes para cada 100 mil nascimentos. É seguida pela média da Ásia Central (560), Ásia-Pacífico (390), Oriente Médio e Norte da África (300). De uma forma ou de outra, conclui-se que  meio bilhão de mulheres morrem todos os anos, por causas relacionadas com a gravidez.



Do livro “Guerra dos Sexos”, Pedro J. Bondaczuk, 1999, Inédito.

Boa leitura.


O Editor.

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Um comentário:

  1. Os números imensos são assustadores, no entanto, quando em meio civilizado morre uma mãe no parto, as pessoas ficam enlouquecidas e acham que houve erro médico. Nem sempre isso é verdadeiro.

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