sexta-feira, 23 de maio de 2014

Semelhanças mitológicas entre Krishna e Khristós

* Por Antonio de Campos

No Hinduísmo, Krishna, “primeiro dos Messias e primogênito dos filhos de Deus”, segundo o filósofo francês Édouard Schuré, é um Avatar, Aquele que Desceu do Céu em sânscrito, Encarnação (a oitava) de Vishnu, o Deus que se encarna para sofrer os pecados dos homens, como Cristo é uma encarnação da Primeira Pessoa, Deus (Iaveh),gerado pela Terceira Pessoa, o Espírito Santo,que veio para pagar pelos pecados dos homens.

Krishna é a Suprema & Absoluta Verdade (Prabrahmana), Senhor dos Senhores (Adidev), Depositário de Toda a Compaixão (Dayalu), Salvador do Homem, Divino Pastor (Govinda), Protetor de Todos (Jagadishare), Refúgio de Todos (Narayana), Senhor do Universo (Jagannatha), Salvador do Mundo,

Aquele que Tira os Pecados (Hari), que veio resgatar o homem decaído, exatamente como Cristo.

Krishna nasceu duma Virgem, princesa, casada com Vasudeva (Deus Interior), também nobre, chamada Devaki (ambos Santos: Devas, provável origem da palavra Deus nas línguas latinas: Espíritos Superiores, servidores de Deus), fecundada por Mahadeva, Grande Deus, o Espírito dos Mundos, a Inteligência Divina, o “Espírito Santo”, Cristo nasceu duma Virgem, casada com José, chamada Maria,  fecundada pelo Espírito Santo (Mateus 1:20), o Mahadeva cristão.

Vishnu aparece a Lacmy, mãe de Devaki, informando-a que sua filha iria ter um Filho-Deus e qual o nome a lhe ser dado: Krishna.

Um anjo do Senhor aparece, em sonho, a José, comunicando-lhe que o que foi gerado em Maria era do Espírito Santo, pelo que não deveria deixá-la, mas a aceitar (Mateus 1:20).

Na versão de Lucas, a similitude da predição do nascimento de Cristo é mais próxima à do nascimento de Krishna, pois o anjo (agora chamado Gabriel) aparece não mais a José, porém a Maria, informando-a que ela conceberá e dará à luz um filho “a quem chamará pelo nome de Jesus” (Lucas 1:31).

Krishna nasceu num insólito porão-prisão do palácio do rei Kamsa, em Brajbhoomi, região das cidades gêmeas de Mathura & Vrindavan, no estado de Uttar Pradesh. Cristo, numa inabitual manjedoura, em Belém.

(Alguns filhos de Deus vêm ao mundo em locais incomuns, ocultos.)

Krishna nasceu em família real, através de sua mãe, Devaki, Cristo pertencia à Casa do Rei Davi, através de José, seu “pai”, que não era seu pai, como Vasudeva não era pai de Krishna, o que leva à impossibilidade messiânica-sanguinea de Cristo.

Krishna após o nascimento, foi perseguido por seu tio, Rei Kamsa, irmão de sua mãe, que o desejava matar, temendo que viesse se apossar de seu reino, o reino de Mathura, de acordo com profecia feita por uma voz vinda do Céu (a “voz” sempre vem do Céu), obrigando Devaki a fugir para as florestas do Monte Méru,como Maria foge para o Egito.

O Rei Herodes, o Grande, depois de seu encontro com os Magos, ordena o assassinato das crianças, com menos de dois anos, nascidas em Belém e seus arredores, temendo que uma delas, Cristo, viesse a usurpar o seu trono.

O Rei Kamsa ordena a matança das sete crianças que Devaqui gerou antes de Krishna (e permaneceu Virgem), bem como das crianças do reino vindas ao mundo no mesmo dia do nascimento de Krishna, que escapa, como Cristo escapa de Herodes.

(Encontro & matança impossíveis de terem acontecido – Herodes faleceu de quatro a um ano antes de Cristo nascer.)

A mãe de Krishna, Devaki, teve oito filhos, sendo Krishna o último, a mãe de Cristo, Maria, teve, no mínimo, cinco filhos: três meninos e duas meninas (Marcos 04:32), sendo Cristo o primeiro (Lucas 02:07), ambas continuaram Virgens.

Krishna andava em companhia de mulheres como Cristo: Madalena, Joana, Suzana e muitas outras, que, segundo o Evangelho (Lucas 8:02-03), prestavam-lhe assistência a com seus bens.

Das muitas mulheres & Gopis (Pastoras, que lembram as pastoras/ pastorinhas do ciclo natalino nordestino) que acompanhavam Krishna, duas se sobressaem: as irmãs Sarasvati & Nixdali, que o amavam. Apenas Nixdali era correspondida.

Das muitas mulheres que acompanhavam Cristo, duas se destacam: as irmãs Marta & Maria.

Nixdali era apaixonada por Krishna, como Madalena por Cristo, sendo marido & mulher, de acordo com evangelhos ditos “apócrifos”.

Sarasvati, irritada pelo abandono de Krishna, casa-se, deixa o marido e torna-se prostituta, mas um dia, encontra-se com Krishna, arrepende-se de seus erros e pecados, tornando-se sua discípula.

Cristo recupera uma mulher da prostituição, perdoando-lhe os muitos pecados, que, segundo a tradição, seria Madalena, e a transforma em discípula.

Krishna prega no Monte Méru, Cristo expõe o fundamento de sua doutrina no Sermão na Montanha.

Krishna fala por parábolas: “O fruto da cataca purifica a água, assim as boas ações purificam a alma”, Cristo também.

Krishna ordena que o pescador Durga, de sua barca, lance as redes nas águas do rio Ganges, que saem carregadas de peixes. Idêntica prática tem Cristo, no mar de Tiberíades, com seus discípulos, alguns dos quais eram pescadores, como Durga (João 21:06).

Krishna propõe perdoar os inimigos: “Não é matando que se triunfa dos inimigos vencidos, mas sim perdoando-lhes”, Cristo identicamente.

Krishna se transfigura ao pregar aos discípulos no Monte Méru. Cristo se transfigura diante de três discípulos no Monte Tabor.

Krishna ensina ao povo à beira do rio Ganges. Cristo prega às multidões junto ao lago Genesaré.

Krishna apreciava ceias e jantas. Cristo do mesmo modo.

Krishna propõe: “Busca-me para teu abrigo, não te preocupes, que eu te livrarei de todos os males!”

Cristo conclama: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados,e eu vos aliviarei!”

Krishna fez uma entrada triunfal em Mathura. Cristo, em Jerusalém. Krishna tinha um discípulo amado, Ar-juna, que se revelou na Guerra de Kurukshetra (Bhagavad-Gita, 500 a 200 aC), a Guerra do Armagedom (Apocalypse) original.O discípulo amado de Cristo chamava-se João.

Krishna, antes de morrer, retira-se com seus discípulos, acompanhados de Sarasvati & Nixdali para um lugar selvático e desolado, junto aos altos cimos da montanha Himavant, onde permaneceu 7 (número sagrado universal) dias em meditação, até que os arqueiros de Kamsa o descobrem, prenderam-no a um tronco de cedro e o flecharam três vezes. Ao ser atingido pela última flecha, Krishna morre exclamando: Brâman (Origem & Fundamento não Personalizado de Toda a Matéria, Energia, Tempo & Espaço).

Identicamente, seguindo seu exemplo, Mahatma (Maha: Grande + Atma: Alma, o conceito & a palavra Alma: Atma, com substituição do “t” por “l”, procedem do Hinduísmo, do sânscrito) Gandhi, ao ser assassinado, pronuncia: Rama* (Deus) e Cristo antes de expirar, brada: Eli, Eli (Meu Deus, Meu Deus.)

De acordo com outra tradição, Krishna se dirige a uma floresta, como Cristo a um Horto, senta-se debaixo duma árvore, meditando, quando um caçador o atinge mortalmente seu pé com uma flecha, pedindo-lhe perdão posteriormente, sendo perdoado, após o que sobe para Goloka, o “Céu” de Krishna.

Outra versão afirma que Krishna entrou no rio Ganges, sendo flechado mortalmente por alguém postado atrás duma árvore. Os discípulos depois tentaram resgatar seu corpo, que jamais foi encontrado. Ou que sua alma subiu ao Céu e seu corpo foi cremado por Arjuna*.

Os quatro momentos da fictícia morte de Krishna guardam, cada um à sua maneira, semelhança com os últimos momentos da também fictícia morte de Cristo, posto que ambos são seres imortais, filhos de Deus, Deuses eles mesmos.

Khristós é um “avatar” de Krishna.

Nada de novo debaixo do sol, já dizia o sábio Salomão.

Hare Krishna! Salve Khristós!

*Deus que estabelece a Verdade sobre a Terra, sétimo avatar de Vishnu
*”O hinduísmo tem diversos documentos sagrados, não tem um texto santo, nenhuma Bíblia que conte a verdadeira história...”
Os Descobridores, Daniel J. Boorstin

* Escritor e advogado


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