* Por Talis Andrade
As flores selvagens
os lípsicos e gerânios
os lírios nos campos
encobrem sagrados
perfumados túmulos
encantados túmulos
jamais se abrirão
Nas valas comuns
permanecem invisíveis
as virgens estupradas
Mães operárias
mães camponesas
nutrem com suas carnes
a terra estéril
No ventre d’Espanha
grávida da morte
os corpos dos guerreiros
que não se renderam
Em cada sepultura
em campa
nas serras e vales
nos montes gelados
no lodo dos lagos
na fonte de lágrimas
os mortos anônimos
malsinam os crimes
do generalíssimo Franco
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 6 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros cinco à espera de edição.
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