Desconhecidos
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Pela
janela do quarto, esperava seu amado. Tinha paciência e não se
importava com o tempo.
Anos
se passaram e o dragão que a guardava morreu de velhice e se tornou
em uma montanha de ossos.
Um
andarilho sem rumo vagava por uma estrada e encontrou uma
vereda escondida por uma densa vegetação. Não sabia a razão, mas,
o atalho parecia familiar.
Encontrou
um castelo em ruínas e uma montanha de ossos ao lado. Ouviu uma
senhora lhe chamar pela janela da torre, convidava-o para entrar.
A
idosa ao vê-lo correu e o beijou. O andarilho não se assustou,
pressentiu que o encontro estava escrito. A desconhecida faleceu em
seus braços e ele a enterrou com um afeto que nunca sentiu por
ninguém.
Olhou
ao redor e “só havia morte”, pensou. Entretanto, viu os animais
caçando e a nutrir suas crias. A vida continuava fluindo como
um rio. Apanhou tudo que encontrou de valor e seguiu seu caminho.
Aproximou
a mão no peito, para sentir o colar que tinha retirado da senhora.
Pela primeira vez, não se sentiu sozinho. Transbordou-se de amor.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural
e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Estranhos sentimentos. Indecifráveis emoções.
ResponderExcluir