As
Reticências de Thata Alves
* Por
Clarisse da Costa
A
escrita para muitos traz certo prazer indescritível. Digamos que um
bem-estar além de proporcionar conhecimento. Ela surge de várias
formas. O exemplo forte são as mulheres. Muitas de nós mulheres
começam a sua escrita escrevendo em diários. Thata Alves, assim
carinhosamente conhecida, teve prazer pela escrita por volta dos dez
a doze anos de idade na escola, interpretação de textos e a
produção de redações a fascinavam. Mas exercer a escrita foi
mais pela necessidade de ter um diálogo necessário com seus pais,
pois não havia diálogo sobre sentimentos, ou coisas do gênero.
Para ela a escrita foi sempre a prática de expressar o que não
tinha como dizer em terapias pelo fato de não poderem pagar um
psicólogo.
Hoje,
crescida e com opiniões formadas, Thata é uma guerreira negra no
mundo literário. Atuante em diversos setores já participou de
dezenas de Antologias, Pracarau, Poezine, Poesia na Faixa, Encontro
de Utopias, e tantos outros. Mas o auge de seu trabalho nasce em
2017, exatamente em janeiro com a obra Reticências. Esse nome me
faz lembrar algumas lacunas em minha vida. O espanto é que foram
mil exemplares vendidos. Imagina mil lacunas?! Loucura? Ou tortura?
Que seja a vida é cheia de lacunas de fato. A escrita mesmo não
tem o seu ponto final e sim reticências. Começo, meio, fim e
recomeço.
Thata,
para difundir a sua escrita criou objetos poéticos, como pequenos
espelhos em formato de bottons, com trechos de suas poesias e
cartões postais com parcerias nas ilustrações de Felipe Oliveira.
Sempre com a intenção das pessoas poderem ter a possibilidade do
consumo deste. Uma mulher como tantas, porém com o olhar sempre à
frente sem perder o tempo de vista. Como toda mulher negra sofreu
barreiras, e na literatura não é diferente, afinal são apenas 15
mulheres na literatura brasileira, mas nada que tira o seu brilho e
vontade de vencer. Costumo dizer que o problema eu já tenho, a
manobra é trazer a solução. – diz ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário