terça-feira, 8 de novembro de 2016

Distante


* Por Celeste Fontana


Poemar teu mistério solto no teu corpo preso
incansável de infinito
indefinido , sem sol, céu sul....
teu corpo intocável feito de sonhos
de universos
de desencontros
nascente do sol silente e caminhante só

Poemar a dor a cor o ser
Chorar, rasgar, sentir
buscar... voltar...
voar... pousar
e querer
querer sempre por ti

Poemar desejo, ensejo,
de novo teu corpo
longe de mim, perto de mim
na estrela, na lua
no meu seio nú

Poemar o amor, o mar
Amar...
fruir a morte
e sempre, mais e mais
nunca te ter
sempre te perder...

Poemar a chuva
e ouvir da rua silêncio e solidão
poemar sem tréguas e buscar com dor
sempre teu corpo ardente,
distante, ausente
sem promessas mesmo de ilusão

Poemar...
poemar até morrer
pois é o que de fato faz viver
e digerir na eterna companheira
a solidão da noite
o eterno conflito de ser

* Escritora e poetisa.


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