domingo, 7 de outubro de 2018

Confissões de um assassino - Fábio de Lima


Confissões de um assassino


* Por Fábio de Lima


Noite
Venta na praia
Meu coração está frio
Meu cabelo esvoaçado

Silêncio
Areia úmida
Meus lábios ressecados
Minhas mãos geladas

Chuva
Água por toda parte
Meus olhos marejados
Minha roupa encharcada

Razão
Um crime sem motivo
Minha boca cheira à aguardente
Minha consciência apenas fede

Pesadelo
Lembro o acidente
Minhas idéias estão confusas
Meu sangue mistura-se à água

Culpa
O som ensurdecedor
Meu dedo no gatilho
Meu braço enrijecido no ar

Justiça
O mesmo movimento
Minha mão direita apontada para o meu rosto
Meu dedo indicador puxando um gatilho torto

Tempo
O relógio pára
Minha alma dói
Meu corpo também morre.

(*) Jornalista e escritor ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. É Diretor de Programação da CINETVNET (www.cinetvnet.com.br), TV pela internet. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO.





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