Urariano fala de amor e do Recife
Por
Luís Nassif
Urariano Mota, escritor
e jornalista, lança sua quinta obra, dessa vez em homenagem à terra de origem.
“Dicionário Amoroso do Recife” é uma intensa carta de amor da cidade
pernambucana para os recifenses, e também se aplica o vice-versa. O lançamento
ocorreu em 28 de março, na Livraria Cultura Paço Alfândega, Recife Antigo.
Urariano Mota nasceu em
Água Fria, subúrbio da Zona Norte do Recife. Teve em sua história as rasuras da
ditadura militar, quando também escrevia contos e crônicas para jornais
alternativos aos anos de chumbo: Movimento, em São Paulo; Opinião, no Rio de
Janeiro, e assim em diante.
Mas das rasuras grossas
dos anos de chumbo o escritor tornou livros: o primeiro, Os Corações Futuristas
(Edições Bagaço, 1999), um romance nos anos ditatoriais de Garrastazu Médici; o
segundo, Soledad no Recife (Editora Boitempo, 2009), conta a passagem da
militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, traída por um infiltrado,
ocasionando seu assassinato e de seu bebê, ainda em gestação.
O “Dicionário Amoroso
do Recife” em nada se assemelha às narrações anteriores – a não ser por um
ponto: a mesma paixão da escrita de Urariano.
O livro caminha pelas
igrejas, pelos terreiros, pela primeira Sinagoga das Américas, mercados
públicos. Também faz menção aos heróis do povo da cidade: Clarice Lispector
assistindo o frevo na rua, a criança flagrada na inocência da fantasia de
princesa de carnaval Eutanasinha, Dom Hélder Câmara, a passagem de Gagárin pela
cidade, as mulheres do Marrocos. Pessoas conhecidas e aquelas só conhecidas
para Pernambuco.
Como diz o texto de
divulgação enviado pelo autor, o livro é “fruto de um escritor que ama a cidade
acima de tudo”, onde a “memória fala daquilo que a marcou”. Um dicionário
amoroso.
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