quarta-feira, 16 de abril de 2014

Artes

* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral

-Judia dela não! Deus castiga!

Indiferente aos apelos de minha irmã, amarrei uma linha na pobre da lavadeira e enquanto a bichinha planava, eu dava corda. Quando enjoava do brinquedo soltava o bicho.

Dormia como um anjo sem o menor peso na consciência. Podem acreditar, as idéias surgiam do nada, nunca fui boa estrategista.

Hora do almoço, a vizinha fritava peixe e simplesmente a idéia veio. Molhei o papel higiênico e fiz boas pelotas, arremessei-as através de um vão entre o telhado e a parede e zás! Acertei em cheio. Ouvi os xingamentos da mulher e a sombra impiedosa de uma vassoura.

Dia de temporal, o valão virava rio e lá íamos nós em mais uma grande aventura. Resultados da infeliz incursão, dias e dias de muito chá de chapéu de couro pra curar as perebas e uma estranha coceira que nos acometeu. Mais alguma coisa? Ah! Sim, com certeza! Mas deixa pra próxima.

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Como diria a minha finada mãe: "capeturia pura"! Eu fiz muitas também, e naquele tempo a gente levava algumas palmadas.

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