segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O que escrever

* Por Roberto Corrêa
           
Nem sempre é fácil encontrar um bom tema para escrever. Hoje, na abundância de jornais e revistas afora os outros meios modernos de comunicação, tudo é explorado ao máximo e por “normal” coincidência o descaminho ocorre e descamba para a tragédia, o anormal, o inusitado e assim por diante.

Perspectivas e projeções para o novo ano de 2014, nem convém abordar porque o embolo de situações como Copa do Mundo de Futebol, demais campeonatos, eleições com candidatos visivelmente desgastados, Black Blocs enrustidos etc., etc., não permitem raciocínios claros e com probabilidades de acertos.

A situação, graças a Deus, vai sendo contornada com as férias de janeiro que, na áurea da felicidade vislumbrada em tais épocas, joga para alhures eventuais dissabores que possam advir. Assim recolhidos em nossos labores ou ocupações cotidianas, vamos procurando expelir tudo que é mau e pecaminoso. De propósito escrevi pecaminoso, para me libertar do pudor religioso que nos assola a tempo todo as forças ocultas, que rigorosamente, desejam criar e manter uma sociedade absolutamente laica e isenta de qualquer religiosidade, especialmente a cristã.

O que espanta e nos surpreende com frequência é que os informativos de falecimentos de conhecidos e amigos não deixam de ocorrer e assim o decurso do tempo vai se tornando mais tenso, obrigando-nos a buscar profundas consolações e reflexões. Aí inevitavelmente, as meditações religiosas que durante a mocidade e idade madura foram postergadas em face da correria que a vida moderna nos impõe, vêm à tona e nos sentimos obrigados a refletir melhor sobre o assunto.

Aqueles parentes e amigos que já passaram para o lado de lá, segundo nossa crença, devem se encontrar no bem bom e, pela ordem da natureza nada podem fazer a nosso favor. Nós é que somos ainda recomendados a orar pelas suas almas e em nosso desamparo, precisamos rebuscar coragem e forças para continuar até o fim da caminhada que nos levará ao encontro dos entes queridos. Verdade, todavia, segundo nossa crença, que o amor do nosso Criador, supremo e absoluto, nos absorverá, e todas as coisas, inclusive a criatura humana, não se queixarão da falta de ventura, isenta de quaisquer preocupações.


* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.

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